#TBT do Blog: “Se o vereador não for corrupto ele não se sustenta com o salário que ganha”

No último dia do mês de abril de 2015, um fato polêmico ocorrido na sessão do citado dia na Câmara de Vereadores de Parauapebas, fez o município virar manchete nacional no dia seguinte. O então vereador do Solidariedade, Odilon Rocha, ao usar a tribuna da Casa de Leis, proferiu a seguinte frase: “Aqui, se o vereador não foi corrupto, ele não se sustenta com o salario que ganha”. Rapidamente a frase tomou grandes proporções.

Odilon Rocha estava em 2015 em seu quinto mandato de vereador, sendo o mais experiente entre os pares no período citado. Além disso, era líder do governo de Valmir Mariano (PSD), e a gestão municipal não vivia um bom momento. Portanto, a fala de Rocha iria inevitavelmente atingir politicamente o prefeito.

Em 2015, um vereador em Parauapebas ganhava cerca de R$ 10,5 mil bruto, só de salário, fora os auxílios que cada parlamentar tem por direito. Em sua polêmica fala, Odilon deixou claro que precisa-se “dar um jeitinho” para que as contas pessoais fechem no fim do mês, pois segundo ele, o provento recebido não era “suficiente”. A questão levantava era, então para se manter um determinado nível de consumo, se faz necessário ou a saída seria se corromper?

Os vereadores passaram a sofrer muita pressão da sociedade parauapebense, que incluía uma possível abertura de impeachment de Odilon, o que não prosperou. Ao cabo, o vereador em questão, teria sido sincero? De fato, se faz necessário ter uma “renda extra”? Como explicar isso, por exemplo, a um assalariado?

O discurso do vereador Odilon Rocha nunca foi um caso isolado e muito menos um pronunciamento inédito no dia em que foi feito. Na verdade, poucos tiveram coragem em fazê-lo.

Se o fato relatado aqui teve como causa o fim da carreira política de Odilon Rocha, não se pode afirmar, todavia, fica claro que, sem dúvida, dificultou muito a vida política do citado. No ano seguinte ao seu polêmico discurso, Rocha não quis disputar a reeleição, mesmo tendo uma grande base eleitoral, em especial na Vila Sansão, que era o seu principal reduto. Em 2020, Odilon concorreu pelo MDB a uma das 15 vagas ao parlamento municipal parauapebense, mas ficou longe de se eleger. Foi apenas o 30º mais votado, com 1128 votos.

Será se voltará à cena política? Ou encerrou de vez a sua trajetória, sendo um dos pioneiros de Parauapebas, mas que entrou para os anais políticos da capital do minério por ter dito uma frase?

De todo, o fato serve de lição.  Como dizia Renato Russo: “Tem gente que fala demais por não ter nada a dizer”.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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