#TBTdo Blog: Pioneiro, a “bola” da vez?

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Este artigo analítico foi escrito em fevereiro de 2017. Ano que antecedia a próxima disputa eleitoral pelo Governo do Pará. Simão Jatene, então governador reeleito, não poderia disputar novamente. A questão era: quem seria escolhido como seu sucessor. A escolha, por lógica, seria Zenaldo Coutinho, à época prefeito de Belém, mas que vivia um péssimo momento, com alto índice de rejeição, deixava de ser a possibilidade. Neste contexto, existia a possibilidade do prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, ser o escolhido. Correndo por fora, e apontado pelo Blog à época como uma possibilidade que crescia, era o nome do então presidente da Assembléia Legislativa (Alepa), Márcio Miranda (filiado no antigo DEM, hoje União Brasil). A construção deste artigo foi fomentado pelas análises do cientista político Edir Veiga em seu “Bilhetim”, à época, uma leitura obrigatória aos que queriam ficar por dentro do tabuleiro político paraense. 

Edir Veiga é um dos intelectuais que mais respeito no Pará. Em 2008, por ocasião de uma semana acadêmica promovida pela faculdade de geografia da Fibra, tive a oportunidade de assistir a sua palestra sobre o sistema político brasileiro e os cenários futuros. No evento percebi que estava na frente de um grande conhecedor da Ciência Política. Seus prognósticos à época se concretizaram e são percebidos até hoje. Previu a derrocada do PT no cenário nacional, isso em um período em que o Partido dos Trabalhadores estava “na crista da onda”.

Veiga que era filiado ao PT, com o avanço dos estudos, pesquisas e projetos na área da Ciência Política, se desfilou e, desde então, tenta analisar a seara política o mais próximo possível da imparcialidade. Só as percepções mais profundas de seus artigos consegue-se perceber à sua leve tendência à esquerda. Fundou um instituto de pesquisa que leva o seu sobrenome e aumentou a sua abrangência enquanto profissional. Mantém um blog de análise política chamado “Bilhetim”, sitio virtual em que descarrega suas reflexões, agora com cada vez menos frequência, mas com o mesmo potencial analítico que se tornou sua marca.

Pois bem, Edir, meio afastado das publicações em seu referido diário eletrônico, voltou ao centro do debate ao publicar ontem (12) artigo sobre a sucessão estadual. Sob o título: “PSDB: Pioneiro no centro do jogo para 2018”. No texto, Veiga de forma direta coloca os desdobramentos do processo político, justificando o título e apresentando elementos contundentes que o levam por esse viés analítico.

Sobre o referido tema já o abordei diversas vezes em meu blog. Inclusive, coloquei o nome do presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Márcio Miranda como o favorito a ser indicado pelo governador. Minha tese se sustenta pelo perfil de Simão Jatene. O atual mandatário da política paraense não é um homem de partido, ou seja, não terá problemas de indicar alguém de fora do ninho tucano para lhe suceder. Em jogo está a possível disputa eleitoral mais difícil que o PSDB deverá enfrentar desde quando chegou ao Palácio dos Despachos, em 1995.

Mas ao ler o texto, a postagem do Edir Veiga apontando o atual prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro (PSDB) como o favorito à vaga, não se pode desconsiderar tal direcionamento. O artigo é perfeitamente aceitável e embasado. Os tucanos sabem e Jatene mais ainda que o candidato deverá ter musculatura política e perfil popular. Este quesito, Pioneiro tem de sobra, pelo menos, bem mais do que os seus possíveis concorrentes. Faltará apenas ampliar a abrangência política do prefeito de Ananindeua pelo Pará, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.

Outro ponto do processo que foi desconsiderado ou esquecido pelo cientista político é a indicação de Pioneiro pelo viés comparativo. Assim como Manoel, Helder Barbalho foi prefeito de Ananindeua por dois mandatos e isso cria um ingrediente importante em qualquer disputa eleitoral: a comparação. O tucano é reconhecidamente melhor gestor pelos eleitores daquele município em comparação com o ministro de Temer. Portanto, é um argumento amplamente favorável ao PSDB.

Conforme relatou Veiga (e que concordo), Jatene é um hábil estrategista político. Todas as variáveis estão sendo analisadas por ele, possivelmente, à noite, em seus últimos dias de férias na capital da Itália na área da Piazza Navona e da Via Della Pace, acompanhado de um bom vinho. Talvez, aproveitando a sua rápida conversa com o Papa Francisco, Jatene tenha pedido uma “forcinha” divina para escolher o melhor nome para a sua sucessão.

Enquanto isso, Helder Barbalho espera em seu amplo gabinete na capital federal, o nome tucano que irá disputar com ele o Palácio dos Despachos, em 2018. 

Imagem: PSDB. 

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