#TBTdoBlog: facada e a mudança de rumo

No último dia 06, completou cinco anos que o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, que estava na cidade mineira de Juiz de Fora, em mais uma agenda de campanha, foi alvo de um atentado, em que recebeu uma facada de um dos que estavam presentes na caminhada. O nome do autor do atentado é Adelio Bispo, foi considerado inimputável pela justiça, e atualmente encontra-se no presídio federal de Campo Grande devido à interdição do hospital psiquiátrico de Barbacena (MG), onde deveria cumprir sua sentença. Até hoje o episódio gera muita repercussão e dúvidas. Há os que duvidem se, de fato, o atentando ocorreu ou foi uma trama para, digamos, facilitar a eleição de Bolsonaro. Vamos relembrar mais um capítulo de nossa recente história no #TBTdoBlog”.

“Nesta semana completa mais um ano de um dos fatos mais lamentáveis da política brasileira: a facada recebida por Jair Bolsonaro. Inegavelmente, o fato mudou os rumos da última eleição presidencial. Em níveis diferentes, há o entendimento sobre o impacto do atentado sofrido pelo então candidato e o resultado dele nas urnas. Alguns dão muita importância ao fato, relacionado a ele a vitória do então candidato do PSL; já outros, relevam toda essa importância. O atentado teve influência sim, mas ele, isoladamente, não seria o único fator que levou Bolsonaro ao Palácio do Planalto.

O que se sabe é, até o dia em que ocorreu o lamentável ato, Jair Bolsonaro registrava média de 22% nas pesquisas de intenção de voto. As oscilações para mais ou para menos, estavam dentro da margem de erro, que ficaram na média de 3 pontos. De fato, até o dia do atentado, não havia sinalização de considerável curva de crescimento do então deputado. Estava claro, portanto, que os seus números caminhavam para estabilização. A questão era garantir – no caso dele – a ida ao segundo turno.

Apesar de liderar as pesquisas com certa vantagem (Bolsonaro chegou abrir 10 pontos de vantagem para o segundo colocado, que naquele momento era ocupado pelo candidato do PDT, Ciro Gomes), havia receio de seus apoiadores e equipe de campanha, que os debates pudessem enfraquecer a candidatura de Jair, haja vista, que ele estava liderando, sendo assim, o “alvo” de todos os outros concorrentes; além de colocar à prova o seu desconhecimento sobre diversos assuntos, em especial, sobre economia.

Os analistas políticos apontavam que, Jair estaria bem próximo ao seu teto. O contínuo crescimento dentro da margem de erro, era a evidência que não haveria a possibilidade de expansão em grande volume de sua intenção de voto. Só algo fora do comum, inusitado, poderia mudar aquele cenário. E ele veio. Em uma caminhada pelas ruas do centro de Juiz de Fora, Jair Bolsonaro recebeu uma facada de um desconhecido em meio à multidão que o seguia. O autor foi identificado logo em seguida. Adélio Bispo tornou-se um dos protagonistas daquele pleito.

O fato inegavelmente mudou tudo. As análises, o planejamento, os diagnósticos e prognósticos foram refeitos. O atentado tirou o candidato do PSL da campanha, inclusive dos debates. Portanto, Jair deixou de ser alvo. Suas intenções de voto logo em seguida foram além das margens de erro; o crescimento foi sólido e contínuo. Do lado de seus adversários, havia uma postura em falso. Como atacar Bolsonaro sem a presença dele e ainda enfermo? Todo e qualquer ataque poderia ser encarado como uma desumanidade e, consequentemente, tirar votos de quem o promovesse.

Sem pressão ou críticas, Jair só cresceu. Quase levou a eleição no primeiro turno. Venceu tranquilamente no segundo. A estratégia de Lula (com o seu impedimento em ser candidato, e ter lançado Fernando Haddad) poderia ter tido melhor resultado. Ciro Gomes até o dia do atentado estava na segunda posição e sua margem de crescimento era uma tendência. Tudo isso mudou. A facada mudou os rumos da história brasileira. Ela quase custou a vida de Jair Bolsonaro, mas de certa forma, garantiu a ele chegar de forma mais fácil ao Palácio do Planalto.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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