Tião Miranda assume em Marabá e embaralha novamente a disputa política em Carajás

Atualmente, acompanhar a política local, não está sendo fácil. Reviravoltas acontecem a todo momento. Uma decisão tomada (por mais que possa parecer definitiva), horas depois, pode ser desconsiderada com uma naturalidade que chaga a impressionar. Esse processo enquadra-se perfeitamente na questão de quem pode ocupar a cadeira de prefeito de Marabá.

No último dia 30 do ano que findou, Tião Miranda, prefeito eleito do referido município, divulgou carta em que renunciava ao mandato no qual foi eleito. Deixou claro que a decisão estava pautada em uma questão restritamente pessoal: saúde. Argumentou no referido documento que o novo desafio que teria pela frente não seria compatível com a suas possibilidades. Colocou à frente do político, o ser humano, a pessoa. Curiosamente, mesmo se tratando de problemas de saúde, Tião não renunciou ao cargo de deputado estadual. Pelo contrário, deixaria o Paço municipal marabaense para preservar o seu assento na Alepa.

Desde a data do recebimento do documento de renúncia pelos vereadores, iniciou o cruzamento de informações sobre o caso. De um lado a defesa da legalidade do processo de renúncia, do outro, a ilegalidade ou a inconsistência jurídica do ato. De fato, iniciava ali mais um imbróglio jurídico em Marabá, que levaria a uma guerra no campo político, talvez por anos. Pior para o referido município.

Pois bem, ontem (31) já se iniciava nos bastidores, movimento para que Tião revogasse a decisão. Ou seja, não iria mais renunciar ao mandato de prefeito. Assumiria o cargo. O que pode ter levado o deputado estadual a voltar da decisão? Como mudar depois de afirmar e documento que a posição era irrevogável? Em menos de 48 horas, Tião melhorou de seu estado de saúde e os médicos o liberaram para a “árdua” missão de gerenciar Marabá?

Além da guerra jurídica que se desenhava, em jogo está o tabuleiro político estadual. Sem Tião no cargo, o governador Simão Jatene, perde força política em uma região em que ele se tornou “persona no grata”. Além de ter um prefeito aliado em uma base eleitoral importante, abre espaço para outra frente política: ter um deputado estadual aliado em Parauapebas, município que os Barbalhos avançam fortemente.

Confirmado a posse de Tião Miranda, Gesmar Costa (PSD) assumirá uma das 41 cadeiras no parlamento estadual. Com isso, Parauapebas terá representação política na Assembleia Legislativa, o que embaralha novamente a política na “capital do minério”. Conforme afirmei em outro texto, na disputa interna dentro do PSDB-PSD parauapebense, com mandato de deputado estadual, Gesmar Costa larga na frente.

Créditos da foto: Portal G1.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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