A Escola vazia

Talvez não exista nada mais sem sentido, ou sem graça, do que uma escola vazia. E não digo isso pela ausência de equipamentos, estrutura. Me refiro a pessoas, em especial os alunos.

Um professor ao circular em um ambiente escolar sem alunos, é como andar em um cemitério. O silêncio reina. Mas isso não combina com uma escola. Essa reflexão ocorreu ao andar em uma das escola que trabalho, percorrer seus corredores e blocos, e sentir um vazio. Tive a oportunidade de escutar o ruido do solado de meu sapato ao tocar o cimento do chão, e outros ruídos que seriam inaudíveis em uma escola em dia normal, ou seja, com alunos. Cheguei a escutar, sem exageros, a batida de meu coração, tamanho era o silêncio.

Vivi e vivo essa experiência a cada início de ano letivo, por ocasião da jornada pedagógica. Pode parecer demagogia, mas não é. O barulho, os movimentos, a dinâmica provocados pelos alunos, faz falta. Pelo menos aos que escolheram verdadeiramente a docência como ofício. Sem alunos a escola fica sem graça, sem sentido. Não há ambiente escolar sem alunos. Comparando anatomicamente, a escola sem alunos, seria um corpo sem o seu principal órgão: o coração.

A escola em movimento é vida. E isso não se resume apenas aos dias letivos, mas a diversas atividades que podem ser executadas, geralmente aos fins de semana. Projetos como “Escola de Portas Abertas”, entre outros, mantém a escola funcionando até nos fins de semana. Em uma visão educacional moderna, integracionista, a escola foi feita também para isso: promover a socialização entre pessoas da comunidade que aquele ambiente escolar está territorialmente inserido.

A escola sem alunos, nada mais é do que uma estrutura física sem vida. Sem eles, ela não tem sentido de existir. Não passa de um emaranhado de cimento, ferro, pedra, areia e madeira.

Nenhuma escola pode ser ou ficar vazia. Ela é vida, movimento e o reúne dentro de si a construção de futuro de uma nação. Sejam bem-vindos, alunos. A escola é de vocês e precisa de vocês para ter sentido de existir.

#veja mais

Parauapebas em meio à inconsistência dialética do governador

Em maio de 2018, ex-ministro da Integração Nacional e então pré-candidato ao governo do Pará, Helder Barbalho (MDB), esteve em Parauapebas por conta da data

Pará: tomado por “Territórios sem cidadania”

Brasília, 28 de fevereiro de 2008. O Palácio do Planalto estava lotado de autoridades públicas. Na referida data era lançado pelo então presidente Lula, o

Fator Marinho

A disputa eleitoral ao governo do Pará no próximo ano, apesar do favoritismo de Helder Barbalho (MDB), poderá ser um pleito com mais emoções do

A carta

O início da propaganda eleitoral de Helder Barbalho ao governo do Pará já é motivo de polêmica, pelo menos do lado de seus desafetos. Tudo

ESCOLAS MILITARES – SOLUÇÃO OU ENGODO?

Antes, eu quero explicar que este artigo não pretende entrar nos méritos técnicos, políticos ou pedagógicos da questão. Pretendo tão somente dar um testemunho da

Além da fragrância

Na semana passada, um assunto altamente relevante (restrito obviamente aos mais atentos) ocorreu e passou – pela maioria – de forma despercebida. O ex-presidente Jair