A facada e a mudança de rumo

Nesta semana completa um ano de um dos fatos mais lamentáveis da política brasileira: a facada recebida por Jair Bolsonaro. Inegavelmente, o fato mudou os rumos da última eleição presidencial. Em níveis diferentes, há o entendimento sobre o impacto do atentado sofrido pelo então candidato e o resultado dele nas urnas. Alguns dão muita importância ao fato, relacionado a ele a vitória do então candidato do PSL; já outros, relevam toda essa importância. O atentado teve influência sim, mas ele, isoladamente, não seria o único fator que levou Bolsonaro ao Palácio do Planalto.

O que se sabe é, até o dia em que ocorreu o lamentável ato, Jair Bolsonaro registrava média de 22% nas pesquisas de intenção de voto. As oscilações para mais ou para menos, estavam dentro da margem de erro, que ficaram na média de 3 pontos. De fato, até o dia do atentado, não havia sinalização de considerável curva de crescimento do então deputado. Estava claro, portanto, que os seus números caminhavam para estabilização. A questão era garantir – no caso dele – a ida ao segundo turno.

Apesar de liderar as pesquisas com certa vantagem (Bolsonaro chegou abrir 10 pontos de vantagem para o segundo colocado, que naquele momento era ocupado pelo candidato do PDT, Ciro Gomes), havia receio de seus apoiadores e equipe de campanha que os debates pudessem enfraquecer a candidatura de Jair, haja vista, que ele estava liderando, sendo assim, o “alvo” de todos os outros concorrentes; além de colocar à prova o seu desconhecimento sobre diversos assuntos, em especial, sobre economia.

Os analistas políticos apontavam que, Jair estaria bem próximo ao seu teto. O contínuo crescimento dentro da margem de erro, era a evidência que não haveria a possibilidade de expansão em grande volume de sua intenção de voto. Só algo fora do comum, inusitado, poderia mudar aquele cenário. E ele veio. Em uma caminhada pelas ruas do centro de Juiz de Fora, Jair Bolsonaro recebeu uma facada de um desconhecido em meio à multidão que o seguia. O autor foi identificado logo em seguida. Adélio Bispo tornou-se um dos protagonistas daquele pleito.

O fato inegavelmente mudou tudo. As análises, o planejamento, os diagnósticos e prognósticos foram refeitos. O atentado tirou o candidato do PSL da campanha, inclusive dos debates. Portanto, Jair deixou de ser alvo. Suas intenções de voto logo em seguida foram além das margens de erro; o crescimento foi sólido e contínuo. Do lado de seus adversários, havia uma postura em falso. Como atacar Bolsonaro sem a presença dele e ainda enfermo? Todo e qualquer ataque poderia ser encarado como uma desumanidade, e consequentemente tirar votos de quem o promovesse.

Sem pressão ou críticas, Jair só cresceu. Quase levou a eleição no primeiro turno. Venceu tranquilamente no segundo. A estratégia de Lula (com o seu impedimento em ser candidato, e ter lançado Fernando Haddad) poderia ter tido melhor resultado. Ciro Gomes até o dia do atentado estava na segunda posição e sua margem de crescimento era uma tendência. Tudo isso mudou. A facada mudou os rumos da história brasileira. Ela quase custou a vida de Jair Bolsonaro, mas de certa forma, garantiu a ele chegar de forma mais fácil ao Palácio do Planalto.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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