Com o plenário lotado, a sessão mais esperada do ano definiu a composição da nova Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Parauapebas para o biênio (2019-2020). Quem presidirá a Casa de Leis no referido período será o vereador Luiz Castilho (Pros), que terá como vice Antônio Horácio (PSD); a primeira secretária será Eliene Soares (MDB); fechando a composição da mesa a vereadora Kelen Adriana (PTB), como a segunda secretária.
Cinco nomes se lançaram para dirigir o Poder Legislativo parauapebense: Ivanaldo Braz (sem partido), José Pavão (MDB), João do Feijão (PV), Zacarias Marques (sem partido) e Luiz Castilho (Pros), mas antes mesmo do início da votação, o clima de definição já estava no ar. O resultado confirmou o que se esperava: o parlamentar do Pros conseguiu nove votos, de 15 possíveis, tornando-se o próximo presidente do parlamento municipal da Capital do Minério.
Sem cerimônias, Castilho foi eleito e conseguiu convencer os seus pares através de seu mentor e financiador político, o empresário Branco da White, que passará a ter indiretamente o controle do parlamento. E o que a presidência de Castilho representa para a disputa eleitoral de 2020? Pelo perfil do referido empresário, o futuro presidente da Câmara poderá alçar voos maiores. Quem sabe disputar o Executivo? Pelo visto, o “Homem das Máquinas” não se contentará só com a presidência do parlamento. Quer algo maior, o controle de um orçamento bilionário. Castilho já mostrou que não tem medo de desafios. Se a estratégia definida por seu mentor for o Palácio do Morro dos Ventos, ele cumprirá a missão.
E Darci Lermen? Acompanha com naturalidade a ascensão de um dos seus maiores financiadores de campanha, que já não se contenta com os milionários contratos e nem com controle de uma das secretarias de maior orçamento. Branco quis e conseguiu ter o controle do Poder Legislativo. E parece que o Palácio Azul é só mais uma etapa.
Lermen pode ter inúmeros defeitos, dentre eles o de não honrar com a palavra, mas não é bobo. Sabe fazer política como poucos. A sua inércia no processo de escolha do novo presidente do Legislativo tem efeito calculado. Mas o seu resultado ainda é imprevisível, até mesmo para o prefeito, que sabe fazer política, mesmo que seja do seu jeito.
Como se comportará a Câmara Municipal em relação ao Palácio do Morro dos Ventos com Castilho na Presidência e com pretensões maiores de seu mentor? E os poderosos que estão insatisfeitos com a postura do prefeito e resultado da eleição no legislativo?
Lermen é corajoso. É como imã para atrair problemas, ainda mais em um cenário em que o seu governo vive total descrédito perante a sociedade, ostentando altíssimos índices de impopularidade. Mas é da natureza do mandatário desarrumar, criar atritos, para que ele possa “arrumar” depois à sua maneira. Assim, no meio deste processo, ele anula seus adversários e outros emergentes. Não, por acaso, está em seu terceiro mandato, sentado há 3628 dias na cadeira mais importante da Cordilheira de Ferro.
Coutinho e Eliene
Dois nomes que precisam ser destacados. Ele, que poderá voltar ao parlamento, após o processo de terceirização do Hospital Geral de Parauapebas se concretizar; retorno que pode ter como objetivo recompactar a base governista na Casa de Leis, tendo na figura do ainda secretário de Saúde, um alicerce importante, até pelas incertezas do caminho e das posturas a serem seguidas pelo novo presidente, que se quiser, pode tornar o futuro do Palácio do Morro dos Ventos, nada fácil.
Ela, que se tornou a primeira secretária da Casa de Leis. Irá compor a Mesa Diretora, e terá em sua nova função um papel importante, haja vista que lhe caberá fazer a chamada dos vereadores no Plenário, a leitura de papéis sujeitos ao conhecimento ou à deliberação da Câmara, a recepção e elaboração de toda a correspondência oficial da Casa e secretariar as Reuniões da Mesa, redigindo, em livro próprio, as atas. Ainda terá a responsabilidade acompanhar e definir juntamente com o presidente o orçamento do parlamento.
Com isso, Eliene Soares se posicionará politicamente em outro patamar para a disputa eleitoral, em 2020. O próximo ano será chave para o futuro de Parauapebas para os próximos verões ou invernos amazônicos.