“Alto Bonito” atiça a disputa política em Parauapebas

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Um dos maiores projetos habitacionais do norte do Brasil foi entregue na última sexta-feira (16), em Parauapebas. Trata-se do residencial “Alto Bonito”, com 1008 unidades habitacionais, inaugurado em sua primeira fase. Pela magnitude do referido empreendimento, a obra fomentou muitos rebatimentos políticos na “capital do minério”.

Dezenas de autoridades políticas estiveram presentes. Deputados estaduais, federais, vereadores, prefeito e o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho. As presenças, seus discursos, falas, pelo poder instantâneo de replique, logo tomaram conta das redes sociais. No âmbito local, os grupos políticos iniciaram suas ações e até provocações na seara política. De um lado os simpatizantes do ex-prefeito Valmir Mariano (PSD) e, do outro, o do atual prefeito Darci Lermen. No centro: quem seria o “pai da criança” ou, ao menos, o maior responsável pelo empreendimento imobiliário.

Antes da intervenção do poder público, o local era conhecido como “Morro do Chapéu”, uma das dezenas de elevações naturais que compõe a paisagem parauapebense, e que sofrem o processo de ocupação desordenado. Idealizado em 2009 (gestão do então petista Darci Lermen) com o início das obras quatro anos depois, em 2013, na gestão do ex-prefeito Valmir Mariano. Ou seja, o grupo político do atual mandatário municipal planejou o empreendimento, quem o executou foi a gestão que sucedeu o referido grupo político, que agora, com outra composição gerencial, fez a entrega.

Helder Barbalho em campanha pelo governo do Pará

Não é novidade e conforme abordado pelo blog inúmeras vezes, o herdeiro político de Jáder, vive em campanha desde quando desembarcou em Brasília, em 2015, ano seguinte de sua derrota eleitoral na disputa pelo Palácio dos Despachos. Helder esteve na condição de ministro de Estado, chefiando a pasta da Integração Nacional, o que na prática o empreendimento entregue não estaria ligado diretamente ao seu Ministério.

Mas, se tratando de Pará e que tenha ação do governo federal, Helder estará sempre presente. É desta forma que busca consolidar o seu nome e suas propostas para chefiar o Executivo Estadual paraense, em 2019. Em sua fala, Helder não citou o presidente Michel Temer, clara postura de evitar vaias ou questionamentos. Seu papel era de se fazer presente, mostrar o rosto, sua imagem. E assim será enquanto estiver em Brasília, no primeiro escalão do governo federal.

 A disputa política local

A ocasião é um exemplo prático de que a disputa política na cordilheira de ferro é intermitente. Na atual conjuntura ocorre mais nos bastidores por conta do período que antecede ano de disputa eleitoral, mas continua firme. No próximo ano ocorrerão eleições e já se discute os nomes de candidatos de Parauapebas que poderão ser lançados aos parlamentos estadual e federal. Os eleitores da “capital do minério” irão convergir em relação a poucos nomes com objetivo de eleger um ou dois representantes do município? Ou continuará a pulverização de candidaturas que acabam por eliminar qualquer opção local?

O autofagismo político-eleitoral em Parauapebas não é novidade. Há vários pleitos eleitorais ele ocorre e acaba por deixar um dos municípios de maior pujança econômica sem representação política na Assembleia Legislativa, o que só penaliza Parauapebas com o descaso do governo do Estado para com a região de Carajás.

A inauguração do “Alto Bonito” foi só um exemplo da disputa político-eleitoral que ocorrerá. Não se sabe se para o bem ou para o mal de Parauapebas? Fortes emoções virão. Aguardem.

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