Na última sexta-feira, 26, o vereador e pré-candidato a prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano (Avante), foi o entrevistado do “Égua do Podcast”, apresentado por Leonardo Rodrigues e Fabricio Bezerra. A entrevista teve a duração de 95 minutos. Como esperado, o entrevistado ligou para variar sua “metralhadora verborrágica” em todas as direções, atacando para todos os lados.
Como esperado, Goiano, novamente, como de costume, não apresentou uma proposta ou uma ação em favor de Parauapebas. Nenhum projeto que vise melhorar ou consertar o que costumeiramente ataca ou denuncia. Perdeu, por exemplo, uma grande oportunidade de mostrar que pode ser uma alternativa de mudança. Todavia, preferiu atacar seus adversários e ex-aliados.
Apresentou números gerais (geralmente orçamento global de uma secretaria municipal), sem esmiuçá-los, sem separar como faz – por puro desconhecimento mínimo de gestão pública – recursos de fundos do que é, de fato, da secretaria apresentada. Mas isso não vem ao caso agora.
Aurélio Goiano é um personagem. Criou tal perfil como forma de se apresentar ao eleitorado como um combatente do que se chama “Sistema” que o mesmo, inclusive, compõe e se serve. Contudo, se perdeu no personagem e vive um dilema: ser mais truculento para aumentar a aceitação do eleitorado bolsonarista mais ortodoxa, ou ser menos radical, buscando o voto mais de centro. Essa é a esquizofrenia político-eleitoral do nosso “artista”.
Como esperado, na entrevista, Goiano atacou à gestão municipal de Parauapebas, e se dirigiu fortemente ao ex-aliado, o deputado federal Éder Mauro, que segundo o vereador, foi o responsável por sua saída do PL, em aliança como a sua ex-sogra, Cynthia Lima, que aliás dirige o PL Mulher de Parauapebas.
Aurélio voltou a usar termos e falas polêmicas, como a de “enterrar de cabeça para baixo sogras”. Tem método. O objetivo é gerar repercussão nas redes, um modus operandi bolsonarista conhecido e que sempre funcionou, infelizmente.
Amor incondicional
Os bastidores da saída de Aurélio Goiano do PL, demonstraram que o mesmo foi “escarrado” do partido. Tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro ao receberam um dossiê contra o citado vereador, não pensaram duas vezes em tirá-lo do comando da legenda na capital do minério. Esperava-se uma ruptura de Goiano em relação ao ex-mandatário nacional (a quem jurou amor incondicional), todavia, o edil parauapebense teve postura contrária. Manteve admiração e fez “juras de amor” a Bolsonaro. Sabe que se cortasse o “cordão umbilical” com o bolsonarismo estaria morto politicamente.
De quebra, Aurélio reforçou junto ao numeroso quantitativo eleitoral bolsonarista em Parauapebas, que apenas trocou de partido, mas que continua sendo o verdadeiro representante da Direita na capital do minério. Essa questão é fundamental para continuar sendo viável eleitoralmente.
Autofagismo direitista
Bem ao seu estilo “boca de burro”, Goiano fez duros ataques a Éder Mauro, a quem chamou de falso, mentiroso e “melancia”, termo usado quando se faz referência a um falso agente de Direita, pois a fruta é verde por fora e vermelho por dentro, em clara associação ao PT, ou a Esquerda em geral. Aurélio acusou o citado parlamentar de ter vendido o PL em Parauapebas para a atual gestão municipal, em troca de recursos para o seu projeto político de ser prefeito de Belém.
Como dito anteriormente, Aurélio Goiano foi a Belém ser entrevistado e perdeu a oportunidade de mostrar ao eleitorado parauapebense suas propostas e ações para a cidade. Voltou a fazer o que faz de melhor: atacar e promover desunião dentro do próprio campo político que pertence. O processo que “humanização” que estava submetido agora é passado.
O próximo dia 08 poderá ser o início de sua derrocada político-eleitoral, pois além do campo progressista, agora parte da Direita passou também a ser seu adversário.
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