Mudança de comportamento requer tempo e uso de técnicas que podem ser alteradas, por exemplo, via marketing e até com bons aconselhamentos. Mesmo assim, não há garantias de mudanças, de sucesso. Mesmo que as mudanças de comportamento ocorram, dificilmente deixarão de serem artificias.
Há meses, o vereador Aurélio Goiano (PSD) vinha passando por um processo, digamos, de “humanização”, conforme análises feitas de forma antecipadas por este Blog em diversos artigos. Ficava claro desde o início que o citado ao ter retornado mais recentemente à Casa de Leis de Parauapebas, exibia uma postura diferente, mais sociável. A postura truculenta havia sido deixada para trás, dando lugar a um comportamento menos truculento, mais sereno, com claro objetivo de conquistar o eleitorado mais de centro.
Goiano sabe que só os índices que atualmente ostenta o fazem liderar levantamentos, porém são insuficientes para elegê-lo o próximo prefeito de Parauapebas. Por isso, tal mudança comportamental se fazia necessária. Se dizia até que o referido edil estava sendo acompanhando por uma equipe de marqueteiros de Brasília, que incluía um especialista em mídias digitais. Tal informação nunca se confirmou, o que se notava era, como dito, sua mudança de comportamento.
O chamado teste de fogo seria quando, de fato, iniciassem os trabalhos legislativos de forma ordinária, como ocorrido na sessão de hoje, 20. Na verdade, no expediente solene da última quinta-feira, 15, Aurélio teve um rompante que denunciava à artificialidade de sua mudança comportamental. No grande expediente de mais cedo, o projeto no qual foi submetido ruiu. O marketing e as orientações foram à pique, e desnudaram o real comportamento de Aurélio Goiano.
Em seu estado puro, voltou a promover ataques em todas as direções, com uso de palavras de baixo calão, além de acusações contra seus pares sem provas, que inclui ataques pessoais e à honra. Em linhas gerais, sua máscara caiu. O próprio teria rompido com o combinado por não conseguir mudar seu comportamento ou a exibição – de forma lamentável – de sua agressividade e falta de respeito, por ter percebido que estava afastando o seu eleitorado mais fiel, o voto bolsonarista mais radical?
De certo é que a postura mais amena o fez, por exemplo, reduzir sua margem de rejeição. Pelo menos, foi apontado na pesquisa divulgada ontem, 19, do Data Populi. Aurélio passou a ser o quinto mais rejeitando, quando antes figurava entre ser primeiro ou segundo que grande parte do eleitorado queria distância.
Resta esperar para mensurar através de números, o que deverá ocorrer em breve, pois diversas pesquisas estarão sendo registradas, para saber o efeito dessa sua postura que, pelo menos nas redes, pegou mal e foi repudiada.
Imagem: Pebinha de Açúcar.