Debate na TV Liberal: dobradinhas, jogadas ensaiadas, acusações e poucas propostas. Pior para o Pará

Ontem (02) o segundo e último debate televisivo ao governo do Pará foi realizado. A TV Liberal, afiliada da Rede Globo promoveu tal encontro. Quatro candidatos ao Palácio dos Despachos participaram: Fernando Carneiro (Psol), Helder Barbalho (MDB), Márcio Miranda (DEM) e Paulo Rocha (PT). O debate foi dividido em cinco blocos (dois de perguntas determinadas entre os candidatos, dois de perguntas aleatórias entre os participantes e o último sendo as considerações finais de cada candidato).

Como esperado, os dois mais bem colocados nas pesquisas (independente do instituto de pesquisa e metodologia aplicada), Helder Barbalho e Márcio Miranda, monopolizaram o processo, e da pior forma possível: acusações mútuas e nada de propostas. O objetivo de ambos era a desconstrução da imagem do adversário; uma rodada inteira de apontamentos sobre as denúncias e acusações que pairam sobre Helder e Márcio.

O candidato do MDB na rodada seguinte e quando teve o direito de perguntar, passou a concentrar as suas indagações ao candidato petista. A velha tática da “dobradinha”, haja vista, que não haveria ataques entre ambos e na sequência de réplicas e tréplicas, Helder poderia perguntar, responder e fechar com propostas uma questão. Rocha foi o “porto seguro” para o Barbalho no debate. Ficou claro depois do embate direto com o candidato do DEM, Helder preferiu se preservar, atitude de quem lidera as pesquisas e não quer se expor.

Márcio Miranda – como esperado – foi o alvo preferencial dos outros candidatos. Cobrado em diversos momentos pela gestão de Simão Jatene, o presidente da Alepa como réplica utilizou em diversos momentos a narrativa de não ter sido governo e não pertencer ao Poder Executivo; em outros momentos, foi taxativo: “o que estiver ruim iremos mudar, e aperfeiçoar o que está bom”. Esse discurso é simplista e não convence, por exemplo, o indeciso, que segundo as pesquisas oscila entre 8% a 11% das intenções de voto.

O debate de ontem na TV Liberal deverá ter efeito mínimo, por exemplo, na intenção de votos, talvez, na margem de indecisos. As próximas pesquisas (Ibope e Doxa) que serão divulgadas até às vésperas da eleição poderão influenciar o eleitorado. Conforme dito em outro texto: entre os dois referidos institutos de pesquisa, qual está – de fato – retratando a realidade? (Leia aqui) e (Leia aqui também).

A verdade é que a eleição mais curta mostrou (em comparação a outros pleitos anteriores) um vazio ainda maior de ideias e propostas. Apenas dois debates televisivos, a quase inexistência de confrontos de ideias e propostas entre os candidatos, como se tinha antes em outros pleitos. Quem perde é o Pará (Leia aqui).

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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