Sim, estamos melhores nesses últimos seis meses do que os 48 meses do governo anterior. Todavia, a terceira passagem de Lula pelo Palácio do Planalto é, sem dúvida, um replay de suas duas passagens anteriores. Sei que essas primeiras três linhas deste artigo serão suficientes para que eu receba uma enxurrada de críticas de amigos e os que acompanham o meu trabalho. Alguns, talvez, até percam a admiração. Mas se faz necessário reafirmar a realidade.
Quando digo que o terceiro governo Lula repete os mesmos projetos de gestões anteriores, não estou, necessariamente, dizendo que o “Minha Casa, Minha Vida” ou o “Bolsa Família” sejam ruins. Pelo contrário, são pelas circunstâncias atuais mais do que necessários. A questão é que o governo praticamente repete suas ações em um país que não é o mesmo desde, por exemplo, 20 anos atrás.
O ponto de maior mudança talvez nem tenha sido o aspecto social, mesmo considerando que este mudou também, o que é algo natural tendo como base o espaçamento temporal entre governos. O que vale a pena ressaltar é a transformação da relação entre os Poderes Executivo e Legislativo. Lula sabe o quanto cresceu o protagonismo do parlamento brasileiro. O que se chama de Centrão sempre existiu, até mesmo nos governos petistas. Mas seu protagonismo após o impeachment de Dilma Rousseff, ocorrido em 2016; mantido no governo Temer e aprofundado/consolidado na gestão Bolsonaro, é a diferença.
O momento é, sem dúvida, de reconstrução. O governo passado atrasou o país. O atual vem tentando à duras penas recolocá-lo de volta aos trilhos com a mesma receita que, por um período, foi bastante exitosa, mas depois começou a perder força (muito em virtude da incapacidade na articulação política, culminando no impedimento presidencial). Deixo claro – novamente – que o problema não é copiar. Já diz o ditado popular: “o que é bom se copia”, mas ter em mente a inovação, uma gestão que possa apresentar novos projetos, novas propostas, e não se resumir a “requentar” projetos (mesmo esses sendo importantes).
O que o novo governo irá propor de novo na saúde? Educação? Social? Economia? Com a palavra, o novo governo.
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