A cada dia, um fato novo vem ocorrendo, promovendo mudanças de rotas na política de Parauapebas. O mais novo fato, aconteceu no último sábado, 23, quando se tornou público, todavia, sua arquitetura e execução ocorreu dias antes.
Uma semana depois de ter assumido o comando do Partido Liberal (PL) em Parauapebas, o vereador Aurélio Goiano, foi destituído do posto, além dos que haviam sido nomeados pelos mesmos. Sem maiores cerimônias, logo se tornou do conhecimento público, os motivos e os autores de tal ação. Ao senso comum, a presidente do PL-Mulher, Cynthia Lima, entregou um dossiê robusto do citado edil à Executiva nacional do partido, em que a ex-primeira Michele Bolsonaro ao ter conhecimento do conteúdo, resolver afastar Goiano do comando do partido e, por consequência, o desfiliá-lo.
O fato caiu como uma bomba no meio político parauapebense, com desdobramentos em outras praças, como na capital do Pará. O que fez até o comunicador e ex-deputado federal, Wlad Costa, tomar as dores de Aurélio, e acusando os “poderosos” da capital do minério, atores da base governista municipal, como os responsáveis. Wlad como se diz: “entrou errado e mirou errado”. Os motivos que levaram à queda do “Boca de burro” como se autointitula o vereador Goiano, era consequência de fatores endógenos, ou seja, atritos internos do PL no Pará.
O que se diz é que ninguém se entende no partido. O que vem ocorrendo é muito “fogo amigo”, é Parauapebas se tornou o mais novo exemplo. O embate ocorre entre os deputados federais Joaquim Passarinho e Éder Mauro, que não conseguem mais se entender. O embate tomou outras proporções quando Passarinho levou Goiano a Brasília para entregar ao mesmo, com anuência de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, o controle da legenda em Parauapebas. Ao assumir a comissão provisória do Partido Liberal, o vereador em questão afastou todos que eram próximos a Éder Mauro, que ficou possesso. O passo seguinte – tendo como base seu nível de entrada junto ao casal Bolsonaro – foi entregar o que tinha contra o vereador da capital do minério.
Foi de Michele a decisão de retirá-lo do controle do PL. O fato aumentou ainda mais o nível da crise política que vive o PL. O embate não se resume apenas a Parauapebas. Há outros municípios que estão tendo o seu tabuleiro político alterados pelo embate interno no PL paraense. Uruará, Altamira e Itaituba, são outros exemplos. Nessas municipalidades, Passarinho não apoia nenhum nome lançado pelo próprio partido, e sim os indicados pelo Avante, controlado no Pará por um aliado seu de primeira hora: deputado estadual Wescley Tomaz, que lidera as pesquisas em Itaituba.
Voltando a Parauapebas… O PL sem Goiano, terá que se reposicionar no jogo. Lançará um nome próprio? Apoiará outro nome do campo da Direita e, com isso, irá focar em fazer bancada na Câmara Municipal? A saída de Goiano, o fazendo concorrer por outra legenda (que poderá ser o Solidariedade), tende a promover uma “revoada” de nomes do PL, pulverizando candidaturas. A resolução do partido diz que o deputado mais votado no município, tem a preferência na construção das comissões, no caso de Parauapebas, ele atende pelo nome de Éder Mauro. Além da capital do minério, o mesmo conta com outras 100 comissões, enquanto Joaquim Passarinho, soma em torno de 20.
De todo modo, a Direita não se entende em Parauapebas. Desunida e promovendo um autofagismo em alto nível, é tudo que a base política do prefeito Darci Lermen (MDB). Aguardemos os próximos capítulos.
Imagem: reprodução Internet.