Em Carajás, Vale inicia operação de duas plantas auxiliares de britagem

Já estão em operação as duas plantas auxiliares de britagem na mina Serra Norte, da mineradora Vale, que fazem parte do complexo de Carajás, no Pará. Para a operação, foi adotada a tecnologia FIT™ Station, da Metso, com plantas de processamento montadas a partir de módulos pré-engenheirados, mas personalizadas e focadas na melhoria de desempenho.

O objetivo das novas plantas, segundo a Vale, é rebritar materiais oversize no final do processo, reduzindo a distância de transporte dentro da mina. Antes delas, o material com granulometria acima do padrão era transportado via caminhões fora de estrada para outras unidades de britagem na mina.

Além do transporte para outras unidades, a operação era menos sustentável pela emissão de gases de efeito estufa dos veículos. O gestor de contratos da Vale, André Luis Pereira Araújo e o gestor de engenharia da mineradora, Paulo Lemos, foram os responsáveis pela instalação das duas novas plantas, com suporte de outras divisões da empresa.

A fase de projeto foi gerenciada pela engenharia da mineradora e os empreendimentos contaram ainda com a participação de equipes de planejamento e de áreas sensíveis, como qualidade e segurança. Já a fiscalização foi terceirizada à Progen.

“Temos a expectativa de aumentar a produção a partir dessa operação além de apresentar os números que comprovam a redução de emissão de CO2 já que não estamos mais utilizando os caminhões para o transporte. Além disso, essa planta é mais limpa e não deixa resíduos”, afirma André Luis Pereira Araújo.

Ele destaca ainda que as duas plantas incluem sistemas de rebritagem, peneiramento e transporte por correias, cuja montagem exigiu cerca de 95 mil horas trabalhadas e a presença de até 11 empresas diferentes operando no mesmo canteiro, além da Metso.

Desenvolvido no Brasil a partir de 2020, o modelo de plantas FIT™ Station é adotado globalmente, com casos reais em mineradoras que vão do Chile à Indonésia. O conceito combina o uso de vários módulos, incluindo equipamentos tradicionais de mercado como os britadores da linha HP e C, para a construção de plantas completas de britagem e rebritagem.

A montagem usando módulos menores e independentes, reduz o tempo de projeto, engenharia, fabricação e montagem em campo.

Plantas semimóveis

Além de encurtar distâncias de transporte dentro da mina, ao realizar a rebritagem e direcionamento do minério com granulometria adequada ao processo, as duas novas plantas também devem garantir desempenho e produtividade à Vale, segundo o gestor do projeto. Outro aspecto é a maior visibilidade operacional das unidades recém-instaladas.

Segundo o analista da equipe de prontidão operacional da Vale, Otávio Sales da Silva, as plantas compactas e semimóveis – podem ser desmontadas e ativadas em outras frentes de lavra – estão alinhadas com outras iniciativas existentes da mineradora. A aquisição delas foi viabilizada por estudos da Vale que comprovaram o retorno do investimento em substituição ao modelo de locação. “O conceito também permite melhor atendimento às unidades de negócio”, resume.

O especialista ressalta que os desafios exigiram alinhamento e parceria diários. O mesmo ponto de vista é avaliado por Araújo. Os dois profissionais citam como exemplo o relacionamento proativo da Metso com as outras 11 empresas no canteiro, o que facilitou o entendimento do papel de cada uma delas na montagem. Outra iniciativa destacada foi a transferência de conhecimento da Metso para as equipes que efetivamente vão operar e manter as duas FIT Stations.

Segurança

A parceria também aconteceu na área crítica de segurança. A empresa Progen foi contratada para acompanhar a obra e, de acordo com o técnico especializado, Elismar Souza Nascimento, o papel da fiscalizadora em segurança foi criar alinhar os procedimentos e normas da mineradora com a principal empresa no canteiro e, a partir daí, com os demais parceiros.

Além do trabalho em espaços restritos, a implantação das duas rebritagens envolveu vários içamentos de peças pesadas, inclusive com a utilização simultânea de dois guindastes de grande porte. Esse tipo de atividade exige a paralisação das outras atividades no canteiro, de forma a restringir a movimentação de pessoas no local.

Nascimento destaca que a operação do dia a dia incluiu atividades superpostas e em altura, dois fatores que amplificam a possibilidade de acidentes em campo. Para corrigir problemas e evitar incidentes, o técnico explica que os erros eram corrigidos com a paralisação das atividades e uma discussão sobre o tema. Os chamados diálogos diários de segurança (DDS) também foram uma norma da montagem.

Personalização e escala

O gerente sênior de produto da Metso, Daniel Nagano, lembra que o projeto foi um desafio para a empresa e amplia o conceito de FIT Station globalmente. “Pudemos atender a personalização pedida pelo cliente e realizar uma montagem complexa de mais de 95 mil horas trabalhadas sem acidentes”, completa.

Segundo ele, a experiência mundial nesse modelo permite que a Metso tenha até 80% da engenharia de uma FIT™ Station pronta, com a necessidade de pequenas personalizações de acordo com o cliente.

“Isso nos permite escalar de uma entrega anual de uma ou duas plantas de britagem e rebritagem para um volume de 10 a 15 plantas anuais”, conclui.

Com informações de Revista Mineração e Sustentabilidade. 

Imagem: Pebinha de Açucar. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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