EXCLUSIVO: Entrevista com Celso Sabino, Ministro do Turismo

Ministro Celso Sabino, primeiramente, bom dia. Quero agradecer em nome do Blog do Branco e do “Portal Tudo de Bom” à sua disponibilidade nos receber…

1 – Bom, seu currículo político é extenso. Duas passagens pela ALEPA, duas secretarias estaduais, Ana Júlia e Jatene, dois mandatos de federal, um, no caso, está na condição de licenciado. Foi base de dois presidentes de lados opostos. Isso, sem dúvida, é um sinal de grande habilidade política, além da independência, né? Essa é a sua maior virtude, ministro? Ser independente? Ser um cara que transita?

R: Branco, eu que agradeço pela oportunidade de estar falando com seu público aqui, que sem dúvida nenhuma é um grande público nessa região do nosso Estado do Pará. Eu tenho me esforçado muito desde o início da minha carreira. Sou auditor fiscal, como você sabe, para trazer benefícios e entregar resultados para a população, para as pessoas que confiaram e acreditaram em mim tanto quanto quando eu fui candidato a deputado estadual. Quando fui candidato a deputado federal, eu costumo dizer que o meu partido é o Pará. Então, aquele que tiver disposição de segurar na minha mão para fazer o bem para o Estado e trazer recursos para o Pará, para a saúde, para melhorar a qualidade dos hospitais, levar saúde para todos os cantos do Estado, com qualidade, para melhorar a segurança pública, para melhorar a educação do nosso Estado. Pode ter certeza que eu não vou ter o menor acanhamento de segurar a mão e caminhar junto, porque o meu partido é o Estado do Pará.

2 – Na condição de ministro do Turismo, aponte quais foram as principais ações da sua pasta na sua atual gestão para o território paraense?

R: Uma excelente pergunta… No Ministério do Turismo realizamos diversas ações há dois anos e meio iniciadas, muitas delas sendo concluídas agora que trouxeram para o Brasil os melhores números do setor do turismo em toda a história. O Brasil nunca viveu o momento que vive hoje. No turismo, o número de brasileiros viajando, o número de estrangeiros vindo para o Brasil, o número de faturamento do setor em várias atividades relacionadas ao turismo, o número de empresas abertas no setor, ou seja, muitas oportunidades para quem quer empreender. O número de empregos gerados no setor do turismo. Todos os recordes foram ultrapassados. Os melhores números da história agora, no último ano e agora também no ano de dois mil e vinte e cinco. E claro, não poderia jamais esquecer aqueles que me trouxeram para a política, aqueles que confiaram em mim, aqueles que me colocaram em Brasília para lutar pelos interesses, defender o Estado do Pará.

Então, ali eu tenho feito tudo, tudo, tudo que posso. Desde de manhã cedo até tarde para defender o Pará, a nossa cultura, a nossa gastronomia, a nossa música. Trazendo obras para todas as regiões do Estado. Para você ter uma ideia, todas as regiões do Estado, pela primeira vez, têm obras do Ministério do Turismo em grande vulto. Nós temos construção de pontes de estradas e rodovias e centro de convenções e centro de eventos e portais. Portais talvez sejam os menores, mas também apoio aos grandes eventos do Estado como nunca antes nós tivemos. O Ministério do Turismo tem apoiado, apoiou ano passado e apoiou esse ano, o Festival de Tribos em Juruti, Festival do Sairé e Santarém, Festival Indígena em Altamira, o Círio de Nazaré, o São João em várias regiões do Estado do Pará. As feiras agropecuárias aqui do sul do Pará, praticamente todas tiveram o apoio do Ministério do Turismo, entendendo que esses grandes eventos atraem turistas não só do Pará, mas da região inteira. Vem muita gente do Tocantins, do Maranhão, de Goiânia para cá, para o veraneio do Araguaia, no sul do estado do Pará, graças ao apoio que a gente tem dado aos eventos. Além disso, a nossa nova metodologia de qualificação profissional, levando formação profissional para todos os cantos do Pará, formando trabalhadores para essa nova indústria do turismo que está surgindo. Como falei a pouco, dando oportunidade para as pessoas se qualificarem em idiomas, condução e administração de empreendimentos turísticos, acessibilidade turística, diversos cursos de qualificação.

Criamos a primeira Escola Nacional do Turismo e essa Escola nacional, essa primeira justamente na capital do Estado, na cidade de Belém. A gente vem, em virtude da COP, fazendo investimentos na ampliação da rede hoteleira na capital da capital, Belém, mas também em todo o estado do Pará. Ontem mesmo, aqui em Parauapebas, o empreendedor me perguntou “Olha, fui buscar um fundo que é o fundo do turismo” e nós já trouxemos mais de trezentos e cinquenta milhões para o Estado do Pará. Só do fundo de retorno. “Eu fui buscar o fundo no banco e disseram que só tinha para a região metropolitana”. Eu falei não é tudo. Tem para todo o Brasil, para todo o Estado do Pará. Então, a gente ia precisar de pelo menos umas seis ou sete horas para falar todas as ações que a gente tem feito aqui no Estado do Pará pelo Ministério do Turismo. Resumidamente, algumas foram essas.

3 – O senhor falou de vários projetos, uma grande abrangência da sua pasta no território paraense. E aí a gente puxa alguns dados aqui. E, de fato, eles são bem chamativos, porque, por exemplo, o Brasil bateu um recorde de faturamento no turismo no primeiro semestre de dois mil e vinte e cinco, algo em torno de cento e oito bilhões de reais. Passamos a ser o país mais visitado da América do Sul, Ministro. Passamos a Argentina, que até então era o principal destino do processo turístico. Mas quando a gente joga isso para um plano global, um plano mais mundial, o Brasil não configura nem entre os quinze mais visitados do planeta, né? O que está faltando ainda é muito caro “turistar” no Brasil? É caro turista vir pra cá e o próprio Brasileiro circular nas regiões? O que está faltando pra gente baratear e fazer com que o turismo rode mais dentro do país?

R: Muito bem lembrado. Segundo a Fecomércio, o Brasil tem batido todos os recordes faturamento do setor. No primeiro semestre, foram quase cento e dez bilhões de reais. Segundo o Banco Central, no ano passado, foi o ano em que os estrangeiros mais gastaram no nosso país. E, segundo a Polícia Federal, no ano passado, foi o ano da história de que mais estrangeiros vieram para o Brasil. Para você ter uma ideia, nunca o Brasil tinha recebido nem seis milhões e setecentos mil turistas até o ano passado. Nós já tivemos Copa do Mundo, várias delegações de vários, trinta e dois, na verdade, com todos os atletas, todas a comissão técnica, os torcedores. Principalmente Olimpíadas com todos os esportes, com várias modalidades de idade, de sexo, de peso. A torcida de todos os países do mundo. Nós tivemos vários eventos. E nunca nós tivemos a quantidade de turistas estrangeiros que nós tivemos no ano passado. Apesar do episódio que teve no Rio Grande do Sul, que deixou o Rio Grande do Sul fora, sem estradas, sem aeroportos, sem hotéis durante praticamente todo o ano de vinte e quatro. E é um estado importante porque o principal cliente do nosso turismo interno são os argentinos. A Organização das Nações Unidas para o Turismo, diz que o turista médio viaja num raio de quinhentos km de onde reside. É claro que o cara pode ser daqui, ir para a China, o Japão. Mas, em média. O turista faz turismo num raio de quinhentos km de onde ele reside. E o principal cliente, nosso número um é o argentino. E uma das principais portas de entrada do público no Brasil é o Rio Grande do Sul. Apesar disso, no ano de dois mil e vinte e quatro, nós alcançamos a marca de seis milhões setecentos e cinquenta mil turistas estrangeiros. E esse ano, o Brasil, que nunca tinha chegado na marca de sete milhões de turistas estrangeiros, fechou os sete milhões agora pelo dia vinte de setembro. E a nossa perspectiva é de que o nosso país chegue a dez milhões de turistas estrangeiros. Ou seja, nós não estamos só ultrapassando o recorde histórico que estamos passando é bem o recorde histórico. Com isso, o gasto de turistas estrangeiros no nosso país também tem aumentado consideravelmente, já se aproximando ao valor, por exemplo, comparado com as nossas exportações de café ou com as nossas exportações de algodão. O Brasil está vivendo, sem dúvida nenhuma e não vou falar pelo nosso trabalho, os números estão aí para mostrar.

O Brasil está vivendo hoje um cenário extraordinário do turismo. Disparado o melhor momento da história dessa atividade econômica e alcançando essa marca agora no fim do ano, a nossa perspectiva no próximo ano é que o Brasil se transforme na quarta maior potência do turismo nas Américas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, do Canadá e do México. Quarto já deverá ser o Brasil a partir do início do ano que vem. Como disse a pouco a Organização das Nações Unidas, ela diz que o turista médio viaja num raio de quinhentos quilômetros. Então, é muito difícil. Nós, por exemplo, que somos vizinhos de Bolívia e Peru e Venezuela, competirmos com o México, por exemplo, que tem uma fronteira quilométrica com os Estados Unidos, que é o maior mercado consumidor do planeta. Com a França que tem é cercada de Alemanha, de Bélgica, de Espanha, então, não só pelo número populacional, mas também pelo PIB, pelo poder econômico dos seus vizinhos. Mas nós estamos trabalhando muito para diminuir as distâncias, melhoramos muito a promoção do nosso país, interna e externamente. Isso, os resultados estão aí para mostrar. E muito importante, Branco, eu sei que você é paraense também; esse ministério já existe há cerca de vinte anos. Por lá já passaram maranhenses, catarinenses, gaúchos, paulistas, cariocas, goianos, baianos, alagoanos e quem está conseguindo fazer essa revolução no setor que está acontecendo hoje? Empregar mais de quinhentos e vinte mil novas pessoas no mercado de trabalho em dois anos e meio. Quem está conseguindo colocar o Brasil no lugar de destaque no turismo que a gente está conseguindo é um paraense. Isso que me deixa também muito feliz e orgulhoso.

4 – Recentemente, o seu nome virou manchete nacional, né? Praticamente configurou em todos os canais de TV, portais, quando o senhor decidiu descumprir uma determinação partidária e decidiu permanecer como ministro, ou seja, na base do governo, seguindo o caminho contrário do seu partido. Por que dessa decisão? Qual é o objetivo central dela? E ela conversa, ela conjuga junto com a questão, ela faz a unificação junto com a sua pretensão de ser senador da República a partir de dois mil e vinte e seis?

R: Branco, uma boa pergunta para as pessoas tem interpelado sobre esse assunto. A gente falou a pouco que temos muitos projetos que iniciaram, estão em sua execução, outros estão na fase final de conclusão, como por exemplo, a COP30, que será nos próximos dias e todos são testemunhas do envolvimento do Ministério do Turismo e desse ministro pessoalmente na realização desse evento, em obras para esse evento, de formação de pessoal para esse evento, identificação desse evento, em links entre delegações de outros países por meio de hospedagem na cidade de Belém e facilidades para que as pessoas venham para cá. Eu não seria uma pessoa responsável e jamais seria covarde em abandonar projetos tão importantes nesse momento decisivo. Por exemplo, como a Copa. Então, ou responsabilidade com o turismo, com as ações que a gente vem fazendo no setor com o Pará – porque muitos desses projetos são do Estado do Pará – u não poderia ser covarde e abandonar o ministério nesse momento. Tenho certeza de que os homens públicos devem necessariamente colocar coisa pública acima de qualquer outro pensamento ideológico, partidário, político, eleitoral.

O que é público precisa ter uma atenção especial, nós não podemos deixar de fazer certas obras, deixar de executar certas ações, porque vai beneficiar A, B ou C. Quando a gente coloca interesse eleitoral, interesse político, interesse partidário, à frente do interesse do povo, do Estado, das ações que precisam ser feitas, alguma coisa está errada e eu não sou essa pessoa. Então, todas as vezes – e essa não foi a primeira vez – mas nas próximas também, que eu tiver que escolher entre uma coisa que é importante para o Estado do Pará, para o desenvolvimento do Estado, para geração de emprego, para beneficiar o povo ou o interesse eleitoral político partidário, não vou ter nem a menor dúvida em decidir pelo povo do Estado do Pará. Então não era o momento ainda de sair do Ministério do Turismo, porque tenho ações que estão em execução. Tenho projetos que estão inclusive, em fase final de realização e na hora que eu for sair, eu vou sair de cabeça erguida e peito aberto. Eu não tenho nenhum processo, não tenho nenhuma, sequer investigação. Não respondo a nada na Justiça Federal, municipal, estadual. Então eu vou sair dali de cabeça erguida e com a graça de Deus, sendo o ministro que passou por aquela parte que mais entregou o resultado para o Brasil e para o Pará.

Imagem: reprodução

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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