A disputa eleitoral se encerra justamente quando a justiça eleitoral publica os resultados finais de uma eleição. Neste sentido haverá o vencedor e perdedor. Os palanques políticos são desmanchados e inicia um novo ciclo. Governos que buscam continuidade, mas foram derrotados nas urnas, têm seus projetos políticos interrompidos. Faz parte do jogo. Neste caso, Parauapebas, se enquadra perfeitamente no contexto apresentado. Prefeito Valmir Mariano (PSD) que buscava à reeleição foi derrotado nas urnas pelo ex-prefeito Darci Lermen (PMDB).
Encerrado a disputa, o rito republicano (nem sempre seguido, ainda mais em disputas municipais) diz que, se deve pelo bem da gestão pública, haver processo de transição. Ou seja, o atual governo deveria montar equipe e repassar os dados, informações, documentos e projetos para o grupo escolhido pelo prefeito vencedor do processo eleitoral. Resta saber se Valmir irá determinar tal procedimento ou por conta de algum revanchismo do processo eleitoral, não permitirá que a equipe do novo prefeito tenha acesso a esses dados?
Em milhares de prefeituras pelo Brasil essa transição não existe. Em alguns casos a gestão que perdeu ainda faz o possível para atrapalhar a futura. A prática mais comum é promover um verdadeiro descontrole das contas públicas, não cumprindo responsabilidades ou gastando além do previsto, nesses últimos dois meses do ano, dificultando o início da nova gestão.
Prefeito Valmir Mariano deve promover tal aproximação. Permitir e deixar claro ao novo gestor as engrenagens de seu governo. Seria atitude responsável e de grande reconhecimento. Quem ganha com isso é a cidade, pois permite antecipação de planejamento o que facilitaria o início do novo governo, já conhecedor, neste caso, dos meandros gerenciais do atual governo. O espírito republicano prevalecerá? Ou a politicagem e o revanchismo serão predominantes? Vamos aguardar.