O marketing de risco assumido por Helder Barbalho

Em 2014, o discurso da integração regional esteve presente no plano de governo do então PMDB, reafirmado no processo dialético naquela campanha. A retórica da integração entre as regiões paraenses sempre foi usada pelos adversários do PSDB. Foi assim como o PT na disputa eleitoral de 2007, e continua sendo pelo MDB nas duas últimas eleições estaduais.

Aperfeiçoando a proposta anterior para a atual disputa eleitoral ao Palácio dos Despachos, as peças publicitárias do candidato Helder Barbalho intensificam no eleitorado a questão da falta de um Estado presente. Essa é a principal proposta. Helder na condição de governador promoveria em quatro anos um conjunto de políticas públicas que, na prática, poderão diminuir as históricas assimetrias regionais. A palavra “Presente” virou um mantra repetido estrategicamente, justamente para fixá-la junto ao eleitorado.

Na prática tende a funcionar, sobretudo nas regiões mais afastadas da Região Metropolitana de Belém (RMB), que sofrem com o descaso do governo do Pará. Não, por acaso, que se tentou – via plebiscito – dividir territorialmente o Pará. A integridade do território paraense foi mantida, mas a presença do Estado continua distante. É nesse vácuo governamental que o marketing do candidato emedebista trabalha.

Conforme exemplos citados no texto anterior, o marketing e as sequenciais peças podem levar Helder Barbalho à vitória, porém, ao mesmo tempo, podem ser um grande complicador para, quem  sabe, um futuro governo emedebista. O eleitorado incorporou (especialmente os que votaram no candidato) que o Estado – com ele – estará “Presente”, e que as regiões desassistidas serão contempladas com políticas públicas que visem a integração. Portanto, a pressão para que o bem construído Plano de Governo se realize na prática será enorme. E se o Estado não for “Presente” como prometido? E se as políticas públicas de integração regional não passarem de discurso? E se saírem do papel, porém, na prática ficarem muito aquém do que foi prometido ou esperado?

Helder Barbalho e seu marketing estão jogando todas as suas “fichas” na campanha eleitoral. Querem interromper a dinastia tucana que já dura 20 anos. Estão – conforme tratado em outros textos no blog – fazendo tudo conforme o planejado, em especial levando em consideração os erros da campanha de 2014. A questão é vencer a eleição. O futuro governo é outro processo. Helder sabe que a palavra “Presente” poderá lhe levar, talvez, ao paraíso; por outro lado, a médio e longo prazos ao inferno. A aposta está feita e a estratégia de risco assumida. O eleitor decide.

#veja mais

Distopia à brasileira

Vertente literária, cinematográfica e televisiva, a distopia consiste na representação de uma história que se passa em um mundo e em uma sociedade paralelos aos

Equador: reformas, crises e o labirinto institucional

O até então, o pacato Equador, passa por uma onda de violência nunca antes visto na história recente daquele país, que já aceifou a vida

Pará é o estado que mais reduziu a criminalidade em todo o Brasil

De acordo com o levantamento nacional realizado pelo Monitor da Violência, do portal de notícias G1, o Pará foi o estado que mais reduziu as

Eleições 2024: Justiça Eleitoral determina que Jeová suspenda de suas redes sociais vídeo que comete crime contra a honra de Josemira

Em decisão publicada no último sábado (14), a juíza da 75ª zona eleitoral de Parauapebas, Flávia Oliveira do Rosário, determinou que o candidato à prefeitura

Sabino para além do ninho tucano

O deputado federal Celso Sabino parece forçar a sua saída do PSDB. Na semana passada – conforme analisado por este Blog – o citado parlamentar

Continua intensa a disputa pelo comando da Vale

Como esperado, a disputa nos bastidores pela cadeira de presidente da mineradora Vale é intensa. Várias correntes e grupos políticos disputam a indicação de quem