Além dos 144 prefeitos e milhares de vereadores eleitos ou reeleitos pelo Pará, sem dúvida, o maior vencedor das eleições 2016 em solo paraense foi o ministro da Integração Nacional Helder Barbalho. O PMDB no qual é o presidente em exercício, faturou 42 prefeituras, dentre elas importantes colégios eleitorais. O PSDB hoje é o maior rival dos Barbalhos, comandará 32 paços municipais. O DEM configurou-se como a terceira força municipal paraense com 15 prefeituras.
Não há como negar que o pleito municipal é um aquecimento a corrida estadual pelo governo do Pará. A eleição local para vereador e prefeito é a base de sustentação para as futuras coligações e acordos políticos que serão fechados futuramente. Neste campo, Helder e o seu hipertrofiado PMDB largam na frente. Em 2018 o PSDB não poderá contar com Simão Jatene, que dizem irá disputar o Senado Federal. Por isso o ministro do governo Temer terá um adversário de menor envergadura política, o que poderá tornar a disputa mais fácil.
Não é de hoje que abordo as táticas de Helder para realizar o seu maior objetivo político: ser governador do Pará, seguindo os passos de seu pai, Jáder que ainda pode ser considerado o maior expoente vivo da política paraense, mesmo em franca decadência. Desde quando deixou a prefeitura de Ananindeua em 2012, Helder vem pavimentando o seu caminho rumo ao Palácio dos Despachos. O primeiro passo foi lhe garantir visibilidade e musculatura política nos municípios paraenses. Não por acaso tornou-se presidente da poderosa Famep (Federação dos Municípios Paraenses). Foi desta forma que criou uma grande rede de contatos e relações políticas.
Isso lhe garantiu apoios e bases para a sua maior disputa política até então: o governo do Pará, em 2014. Ganhou no primeiro turno e perdeu no segundo. Por pouco não atingiu o seu objetivo. Erros de estratégias no segundo tempo da disputa o fizeram estagnar e Jatene subir e retornar pela terceira vez ao Palácio dos Despachos. Perdeu, mas a sua obsessão de seguir o exemplo de seu pai o fizeram criar estratégias para se manter no poder e continuar a percorrer o Pará.
Tornou-se ministro de Dilma. Ela caiu e nos acordos políticos se manteve no 1º escalão do governo federal, agora com Temer. Conseguiu maior visibilidade do que no governo petista, trocou secretárias com status de ministérios (mas na verdade eram secretarias, pois seus orçamentos eram ínfimos perto de pastas importantes) para a poderosa Integração Nacional. A pasta atual lhe permite rodar o Brasil e promover no Pará ações e parcerias. Essas articulações talvez sejam as principais responsáveis por tal feito do PMDB nas urnas nesta eleição.
Reitero o que venho afirmando, Helder aos poucos se credencia para ser o maior político paraense das últimas décadas. Um Jáder Barbalho mais atual, moderno e com mais base política e gerencial do que o pai. Até 2018 há muito tempo e se tratando de política tudo pode acontecer, ou melhor, mudar. Mas Helder Barbalho conseguiu dar um grande passo. Já desponta como o grande favorito ao Palácio dos Despachos em 2018. Será que a dinastia tucana de duas décadas caminha para o fim?