Na última quinta-feira (12), o clima esquentou na sala presidencial do Palácio do Planalto. O ex-ministro e pré-candidato ao governo do Pará pelo MDB, Helder Barbalho, acompanhado de seu pai, Jader, cobrou do presidente Michel Temer a decisão que penaliza o estado do Pará. O Governo Federal decidiu que os paraenses deixarão de receber bilhões de reais em compensações a que o Pará teria direito pela renovação da outorga de operação da ferrovia Carajás.
O encontro foi anunciado por Ascânio Seleme em sua coluna no jornal O Globo. Com os títulos: “Café frio” e “Café frio 2”, o colunista descreveu em detalhes o encontro entre o herdeiro político de Jader e o mandatário da nação. Segundo Seleme, o clima entre os dois não foi nada amistoso. Teve dedo em riste de Helder por conta da penalização que o Pará recebeu do governo Temer. Na ocasião, o ex-ministro paraense teria dito: “Quer destruir a minha candidatura”, com a réplica de Temer buscando apaziguar a situação: “Vamos ver, vamos ver…”.
Segundo informações repassadas ao blog, amanhã (16), Helder estará novamente em Brasília, em audiência no Palácio do Planalto. O ex-ministro levará ao gabinete presidencial os presidentes da Fiepa, Fecomércio e Faepa. Portanto, o objetivo é claro: pressionar o governo para reaver a decisão, com a inclusão do Pará não só como beneficiário (mas com o maior volume a ser recebido – algo justo, um direito).
Nesta polêmica que envolve a renovação da outorga de operação da ferrovia Carajás, está o tabuleiro político paraense, justamente em ano eleitoral. Helder sabe que a decisão do governo federal, gestão que foi ministro, e integrando o mesmo partido político do presidente; poderá ter um alto custo a sua imagem na campanha eleitoral que se aproxima. A oposição saberá tirar dividendos políticos desta decisão que retira do Pará mais de R$ 4 bilhões, e sob uma gestão do MDB, o mesmo partido que almeja eleger o próximo governador paraense. Por isso, o ex-ministro foi enérgico com Temer.
Não só os interesses econômicos estão em jogo, mas a cadeira política mais cobiçada do Pará. Reverter a decisão do seu próprio partido, tornou-se um objetivo político central de Helder, antes do embate eleitoral direto. A revogação da decisão com a inclusão do Pará no recebimento das compensações, poderá ser monopolizada como uma conquista política de Helder, mas caso não ocorra mudança no atual contrato, o ex-ministro terá mais um obstáculo a enfrentar na campanha eleitoral.