O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta segunda-feira (10) com alta de 0,77%, aos 155.257,31 pontos, renovando seu recorde nominal pelo 11º pregão consecutivo e marcando 14 sessões seguidas de valorização, a mais longa série positiva desde fevereiro de 1994.
No acumulado de 2025, o índice já sobe mais de 27%, com 26 recordes históricos no ano. O movimento é sustentado por uma combinação estratégica de fatores como o fluxo estrangeiro forte, temporada de resultados corporativos robustos, redução dos prêmios de risco e melhora na percepção fiscal.
Além disso, o ambiente internacional também tem favorecido a alocação em ativos de países emergentes, com a expectativa de resolução do impasse fiscal nos EUA e alívio gradual das tensões inflacionárias globais.
Selic alta, inflação sob controle e otimismo com arrecadação
No Brasil, os investidores operam em compasso de espera por dados macroeconômicos cruciais ao longo da semana, como o IPCA de outubro, que será divulgado nesta terça-feira (11), e a ata da última reunião do Copom, que manteve a Selic em 15% ao ano, no maior patamar desde 2006. Apesar dos juros elevados, o mercado precifica um ciclo de estabilidade mais prolongado, diante do tom conservador da autoridade monetária.
Ainda assim, o Boletim Focus publicado nesta segunda-feira trouxe estabilidade nas projeções de inflação para 2025, em 4,55%, sinalizando ancoragem das expectativas. Em paralelo, declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçaram o sentimento positivo. Segundo ele, o governo está mais próximo de atingir o centro da meta de déficit fiscal zero, apoiado em uma arrecadação “vindo bem” e no empoçamento de recursos orçamentários.
Alta concentrada, mas ampla
A recuperação do Ibovespa tem sido puxada por papéis de alta liquidez, com destaque para Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e grandes bancos, mas também conta com rotação setorial em setores sensíveis à curva de juros e confiança doméstica.
Por Matheus Silva (Investidor 10)
Imagem: Nord Investimentos



