Mendonça chegou à Lua

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No dia 20 de julho de 1969, Armstrong tornou-se o primeiro humano a pisar na superfície lunar. Se eternizou não só pelo grande feito, mas pela frase que disse: “É um pequeno passo para o homem, um passo gigante para a humanidade”. Ontem, 01, a famosa frase foi adaptada e dita pelo agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça: “Um passo para o homem, um salto para os evangélicos”. 

O mais novo membro da Suprema Corte conseguiu a vaga após oito horas de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em que passou por 18 votos a 9, sendo em seguida, por regimento interno, levada ao plenário do Senado Federal, onde foi validada por 47 votos a 32. Mínimo exigido era 41 votos. A aprovação mais apertada da história.

Em julho do ano corrente, o Blog do Branco tratou da questão da indicação do então titular da Advocacia-Geral da União (AGU) para o STF. O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a Suprema Corte teria que ter e partiria dele a indicação de um ministro “terrivelmente evangélico”, o que Mendonça já demonstrou se enquadrar no até então pré-requisito.

Mendonça é um Bolsonarista fervoroso. Serve de forma incondicional a Jair Bolsonaro, a quem deixa claro suprir grande admiração. Desde do início do governo advogou muitas vezes não a favor da União, mas do presidente. Ao ser alçado a ministro da Justiça e Segurança Pública, mostrou de forma mais incisiva a sua postura em defesa de Bolsonaro. Sempre que o mandatário nacional era atacado, se utilizou da LSN (Lei de Segurança Nacional). O uso da lei aumentou 285% durante o governo de Jair Bolsonaro e é contestado em ao menos quatro ações no STF.

Bolsonaro diz que agora terá “20%” da Suprema Corte. O presidente faz referência as suas agora duas indicações: Nunes Marques e André Mendonça. O próximo mandatário nacional terá direito a mais duas vagas por conta aposentadoria compulsória dos ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.

Os próximos a deixar o STF:

Ricardo Lewandowski: maio de 2023 (indicado por Lula em 2006);

Rosa Weber: outubro de 2023 (indicada por Dilma em 2011);

Luiz Fux: abril de 2028 (indicado por Dilma em 2011);

Cármen Lúcia: abril de 2029 (indicada por Lula em 2006);

Gilmar Mendes: dezembro de 2030 (indicado por FHC em 2002);

Edson Fachin: fevereiro de 2033 (indicado por Dilma em 2015);

Luís Roberto Barroso: março de 2033 (indicado por Dilma em 2013);

Dias Toffoli: novembro de 2042 (indicado por Lula em 2009);

Alexandre de Moraes: dezembro de 2043 (indicado por Temer em 2017);

Nunes Marques: novembro de 2047 (indicado por Jair Bolsonaro em 2020);

– André Mendonça: dezembro de 2047 (indicado por Jair Bolsonaro em 2021).

Enfim, como quis o presidente Jair Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal agora tem em suas fileiras um ministro “terrivelmente evangélico”. A ver.

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