O fim político de Zenaldo

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Zenaldo Coutinho iniciou o curso de direito na Universidade Federal do Pará (UFPA) em 1982, e lá foi presidente do Movimento Despertar. No mesmo ano, ingressou na política ao eleger-se vereador de Belém pelo então Partido Democrático Social (PDS). Concluiu o curso de direito na UFPA em 1987.

Em 1988, reelegeu-se vereador, desta vez pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em 1990, elegeu-se deputado estadual do Pará pelo mesmo partido. Em 1994, reelegeu-se deputado estadual, agora pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e foi presidente da Assembleia Legislativa de 1995 a 1996, quando também assumiu a presidência do diretório municipal do PSDB em Belém, permanecendo nesse cargo até 1999.

Elegeu-se deputado federal em 1998, reelegendo-se em 2002, 2006 e 2010. Em 2011, licenciou-se do mantado parlamentar para assumir o cargo de Chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Pará, e posteriormente de Secretário Especial de Proteção e Desenvolvimento Social do Governo do Pará, por convite do governador Simão Jatene (PSDB). Em 2012, foi eleito prefeito de Belém, recebendo 237.252 votos (30,67%) no primeiro turno e 438.435 votos (56,61%) no segundo turno. Foi reeleito para a prefeitura em 2016, com 241.166 votos (31.02%) no primeiro turno e 396.770 votos (52,33%) no segundo.

Essa é a biografia e trajetória política de Zenaldo Coutinho. Em pouco tempo tornou-se uma figura política destacada no cenário paraense. Um agente público que tinha bom trânsito com diversos partidos, de bom preparo, uma ótima opção dentro do quadro tucano. Foi quatro vezes deputado federal e caminhava para ser o sucessor de Simão Jatene. Antes de ser alçado ao cargo máximo da política paraense, teria que cumprir uma missão política dado pelo seu partido: deixar Brasília e a reeleição garantida para mais um mandato de deputado federal e concorrer à Prefeitura de Belém.

As suas excelentes avaliações durante as suas passagens pelos diversos níveis legislativos abriram forte perspectiva positiva de sucesso na problemática gestão da capital paraense. Belém vinha de oito anos de péssima gestão, a pior dos últimos cinquenta anos, segundo especialistas em gestão pública. Duciomar Costa era outra esperança de mudança. Sem o preparo técnico e intelectual de Zenaldo, mas com a fama de “fazer acontecer”, Duciomar prometia revolucionar a gestão à frente do Palácio Antônio Lemos. Belém passou oito anos parada no tempo. Zenaldo que teria a missão de mudar essa realidade, promover a recuperação econômica e imprimir intensa agenda de realizações na capital do Pará, garantindo assim, naturalmente a sua indicação ao governo do Pará, em 2018. Conseguiu uma proeza pouco imaginado por muitos: ser pior prefeito do que Duciomar Costa.

Zenaldo e sua péssima gestão na prefeitura de Belém, criaram um grande problema político-eleitoral ao próprio. Antes, um dos tucanos favoritos à sucessão de Jatene, agora, nem teve o nome debatido pelo próprio partido e muito menos uma opção viável ao governador. Zenaldo deverá terminar o seu mandato de prefeito, em 2020, e se recolher da vida pública no mínimo por uns dois anos. Preparar o seu nome – para quem sabe – voltar à Brasília, em 2022. Talvez ele possa entender que o seu perfil político não se enquadra ao Executivo. É legislador.

A prefeitura de Belém é um desafio. Orçamento de 2,8 bilhões de reais ao ano parecem sumir ou nem atender minimamente as crônicas demandas que a metrópole requer. Ser mandatário da política belenense requer muito preparo, ótima noção de gestão e um articulador político de grande reconhecimento. Só assim para imprimir uma agenda satisfatória de ações e realizações (obras) que a cidade necessita. O orçamento municipal é pouco. Não, por acaso, que a ampla maioria das grandes obras realizadas na capital do Pará, são feitas ou mantidas pelos orçamentos estadual e federal.

Hoje, Zenaldo, tornou-se um refém de si mesmo. Evita locais públicos, só chega ou comparece à solenidades se forem fechadas ao público. Quando são abertas, há um esquema de segurança, onde o prefeito chega em um tempo programado, saindo antes do fim do evento. Isso ficou claro nesta semana, por conta, do aniversário de 402 anos de Belém. Coutinho chegou quase no fim do evento, com forte constrangimento a quem estava, tamanho era a vaia pública que o alcaide municipal recebeu. Essa repulsa geral tornou-se a tônica diária do prefeito tucano. 

O Palácio Antônio Lemos não é para principiantes ou incompetentes. Ultimamente tem acabado com a carreira política de quem se atreve a sentar na principal cadeira de seu mais espaçoso salão. Quem se atreve? Qual será o próximo? Ou quem irá mudar essa lógica? Enquanto isso, por conta de péssimas sucessivas gestões Belém tornou-se uma “senhora decadente” e Zenaldo para a História como um péssimo gestor.

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