No último dia 21, terça-feira, foi apresentado o Programa de Governo do candidato ao governo do Pará, Helder Barbalho (MDB). O documento foi intitulado “O Pará daqui pra frente”, contendo 60 páginas (mais do que o dobro do seu principal adversário, Márcio Miranda, que possui 28 laudas). O arranjo teórico foi apresentado em um concorrido evento, realizado no auditório da Universidade da Amazônia (Unama), com a presença de muitos políticos, homens, mulheres, jovens e lideranças comunitárias.
O programa foi montado (produção visual) em grande estilo. Seguiu o rito de formatação exigido por um programa de governo. Foi dividido em quatro partes: parte 1 – Biografia; parte 2 – Um olhar para o futuro: trabalho e presença; parte 3 – Diretrizes, subdivididas em sociedades de direitos, crescimento inteligente, trabalho com responsabilidade e gestão pública presente; parte 4 – conclusão.
Após a apresentação da vida pessoal e política do candidato, o plano faz um balanço das potencialidades do estado do Pará, aliando esse discurso com o descaso dos governos e as mazelas sociais. Para corrigir essas distorções entre a riqueza gerada e as desigualdades sociais, dividiu-se em quatro ações (já citadas acima). Em todas as pautas o programa mostra a atual realidade em que se encontram diversos setores, atrelando aos mesmos, ações intervencionistas (chamadas de propostas estruturantes). Portanto, claramente, e até de forma didática, mostra-se o problema e aponta-se as saídas ou soluções. Esse formato é sempre positivo perante ao eleitor. Ao mostrar o cenário atual, por tabela, busca-se identificar ao eleitor os problemas ocasionados pela dinastia tucana, projeto que tem como representante atual, o candidato Márcio Miranda.
O documento tem como tese central o processo de integração do território paraense, personificados em duas palavras: trabalho e presença. A aproximação do Estado junto ao cidadão é quase um mantra repetido intermitentemente. Essa proposta será o ponto central da campanha, por parte do candidato do MDB, e que deverá render boa aceitação, haja vista, as fortes assimetrias regionais que historicamente se reproduzem no Pará, e que a dinastia tucana não foi competente em diminuí-la. Os projetos estão expostos, amarrados em seus eixos teóricos. Colocá-los em prática é o desafio.