Passaporte de Helder

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Conforme adiantado por este veículo ao fim de 2021, a primeira gestão de Helder Barbalho à frente do governo do Pará caminhava para o seu último ano, como analisado lá em 2018, o então único herdeiro político de Jader Barbalho, havia escolhido como ação prioritária de sua futura gestão, a questão da segurança pública que, naquele momento, passava por situações alarmantes.

Helder venceu, tornou-se governador e direcionou os seus esforços para a citada área. Nos anos seguintes, o resultado apareceu e o Pará deixou de estampar as manchetes nacionais como um estado dominado pela violência. Feito a lição de casa (logicamente sem resolver em definitivo a complexa questão, mas com reconhecidos avanços), seria necessário buscar uma agenda que fosse nacional e internacional, para que Helder pudesse gerenciar e, com isso, se projetar politicamente.

A pauta seguinte foi o meio ambiente, ou melhor, a sustentabilidade. Ser governador de um estado amazônida, lhe credencia a fomentar ações e narrativas em defesa, por exemplo, de uma floresta em pé, de ações que valorizem o patrimônio verde da região que reúne a maior biodiversidade do mundo. Por outro lado, por ser uma área sensível (assim como se considera a segurança pública), pode arruinar uma biografia e criar problemas sobre o ponto de vista político, ainda mais no Pará, estado considerado o vilão ambiental da Amazônia.

Helder herdou de seu pai uma grande habilidade política, tornando-se um grande articulador. Não, por acaso, vem liderando um movimento em defesa da criação de uma nova matriz energética ao país, do chamado “mercado de carbono”, uma das saídas para manter a floresta em pé.

Barbalho vem, sistematicamente, participando de grandes eventos nacionais e internacionais sobre meio ambiente. A COP-27, realizada em 2022 no Egito, foi o seu cartão de visita internacional. Foi através dela que Helder articulou a realização da COP-30 no Brasil, em Belém.

Na última segunda-feira, 13, Helder Barbalho esteve no centro do Roda Viva, um dos mais tradicionais programas de entrevistas do país. A pauta central da rodada de perguntas foram centralizadas na atuação internacional e nacional do mandatário paraense. Sua gestão passada e a atual foram colocadas em segundo plano, as agendas internacional e nacional sobre o meio ambiente tomaram a pauta.

Inevitavelmente, a indagação sobre o seu futuro foi feita. Helder, inteligentemente, não cravou nada. Quer se manter como protagonista de seu partido, para que possa pleitear a vaga de vice-presidente na chapa presidencial de Lula, ou de quem este indicar como sucessor. Para isso, manterá o ritmo de uma intensa agenda exógena, mantendo a sua vice, Hana Ghassan (conforme adiantado pelo Blog do Branco) como a sua gerente, portanto, quem resolve os assuntos internos, sob supervisão de Helder, é claro.

O atual governador do Pará terá que decidir o seu futuro político sob duas óticas: a de candidatar ao Senado Federal, o que seria a sua “boia de segurança”, portanto, o caminho mais fácil, seguro. Ou, se lançar como vice em uma chapa presidencial. Está claro que Helder quer a segunda opção. E trabalha intermitentemente para isso.

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