A mais nova pesquisa para a disputa presidencial, em 2018, foi lançada ontem (19). Encomendada e divulgada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). A pesquisa é mais ampla, mede, por exemplo, a popularidade, avaliação pessoal do presidente Michel Temer (PMDB), além da avaliação de seu governo. Na tabulação dos números, ainda aparecem expectativa da população em relação ao emprego, à renda, à saúde, à educação e à segurança pública.
A proposta deste texto é central na disputa pelo Palácio do Planalto. Pois bem, sem surpresas, os números confirmam um cenário consolidado de liderança do ex-presidente Lula, com o dobro do segundo colocado. O petista ainda vive momentos de incerteza, aguardando decisão em segunda instância sobre a sua condenação no caso do Triplex. Pelo visto, a única forma de evitar o retorno de Lula ao maior posto político do país, é condenando-o (reafirmando a decisão em 1º instância do juiz Sérgio Moro), tirando-o da disputa eleitoral pelo enquadramento da Lei da Ficha Limpa.
Conforme já abordei em outras oportunidades, o desastre econômico provocado por Dilma Rousseff com a péssima gestão impopular de Michel Temer, impulsionaram o nome de Lula, além do fator “saudade” e comparação da maioria do eleitorado.
A pesquisa coloca Jair Bolsonaro em segundo lugar em todas as projeções e cenários comparativos. Em relação as pesquisas anteriores, cruzando dados de institutos diferentes, Bolsonaro não cresceu, manteve-se dentro da margem de erro, oscilando três pontos para cima e para baixo.
Marina Silva vem em terceiro, bem abaixo do segundo colocado, não atingindo nem quatro pontos. Outro ponto relevante e que vale para a reflexão e debate foi o desempenho dos candidatos do PSDB. Na pesquisa três nomes foram colocados como opções eleitorais. Geraldo Alckmin, João Dória e Aécio Neves. O prefeito de São Paulo consegue se posicionar de forma mais satisfatória, acima dos 2,5 pontos. Ou seja, distante de qualquer possibilidade de 2º turno. A pesquisa da CNT é o decreto da morte do PSDB no plano federal. A questão é saber se Lula será ou não candidato. Se for impedido, a disputa torna-se mais imprevisível.
Abaixo a pesquisa e seus diversos cenários:
1º turno: Intenção de voto espontânea:
Lula: 20,2%
Jair Bolsonaro: 10,9%
João Doria: 2,4%
Marina Silva: 1,5%
Geraldo Alckmin: 1,2%
Ciro Gomes: 1,2%
Álvaro Dias: 1,0%
Dilma Rousseff: 0,7%
Michel Temer: 0,4%
Aécio Neves: 0,3%
Outros: 2,0%
Branco/Nulo: 21,2%
Indecisos: 37,0%
1º turno: Intenção de voto estimulada
CENÁRIO 1: Lula 32,4%, Jair Bolsonaro 19,8%, Marina Silva 12,1%, Ciro Gomes 5,3%, Aécio Neves 3,2%, Branco/Nulo 21,9%, Indecisos 5,3%.
CENÁRIO 2: Lula 32,0%, Jair Bolsonaro 19,4%, Marina Silva 11,4%, Geraldo Alckmin 8,7%, Ciro Gomes 4,6%, Branco/Nulo 19,0%, Indecisos 4,9%.
CENÁRIO 3: Lula 32,7%, Jair Bolsonaro 18,4%, Marina Silva 12,0%, João Doria 9,4%, Ciro Gomes 5,2%, Branco/Nulo 17,6%, Indecisos 4,7%.
2º turno: Intenção de voto estimulada
CENÁRIO 1: Lula 41,8%, Aécio Neves 14,8%, Branco/Nulo: 39,6%, Indecisos: 3,8%.
CENÁRIO 2: Lula 40,6%, Geraldo Alckmin 23,2%, Branco/Nulo: 31,9%, Indecisos: 4,3%.
CENÁRIO 3: Lula 41,6%, João Doria 25,2%, Branco/Nulo: 28,8%, Indecisos: 4,4%.
CENÁRIO 4: Lula 40,5%, Jair Bolsonaro 28,5%, Branco/Nulo: 27,0%, Indecisos: 4,0%.
CENÁRIO 5: Lula 39,8%, Marina Silva 25,8%, Branco/Nulo: 31,3%, Indecisos: 3,1%.
CENÁRIO 6: Jair Bolsonaro 28,0%, Geraldo Alckmin 23,8%, Branco/Nulo: 40,6%, Indecisos: 7,6%.
CENÁRIO 7: Marina Silva 28,4%, Geraldo Alckmin 23,6%, Branco/Nulo: 41,5%, Indecisos: 6,5%.
CENÁRIO 8: Jair Bolsonaro 32,0%, Aécio Neves 13,9%, Branco/Nulo: 46,4%, Indecisos: 7,7%.
CENÁRIO 9: Marina Silva 33,6%, Aécio Neves 13,0%, Branco/Nulo: 47,3%, Indecisos: 6,1%.
CENÁRIO 10: Jair Bolsonaro 28,5%, João Doria 23,9%, Branco/Nulo: 39,2%, Indecisos: 8,4%.
CENÁRIO 11: Marina Silva 30,5%, João Doria 22,7%, Branco/Nulo: 39,9%, Indecisos: 6,9%.
CENÁRIO 12: Marina Silva 29,2%, Jair Bolsonaro 27,9%, Branco/Nulo: 36,7%, Indecisos: 6,2%.