O prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, resolveu como se diz popularmente “arregaçar as mangas” neste segundo turno em defesa da candidatura de Helder Barbalho. O pífio resultado do candidato do MDB na capital do minério foi creditado na conta do alcaide municipal, e acendeu o alerta no clã dos Barbalho. Parece que a reunião ocorrida em Belém na semana passada entre Helder e Darci, fez o prefeito acordar, pelo visto, forçadamente. Para aumentar o nível de tensão, o Instituto Doxa divulgou pesquisa que mostrou o crescimento de Márcio Miranda e a estagnação de Helder Barbalho.
O senador eleito Zequinha Marinho assumiu a coordenação da campanha de Helder Barbalho nas regiões sul e sudeste do Pará. E, ontem,17, o líder do PSC esteve em Parauapebas para um evento político em defesa do candidato do MDB. A situação no Palácio do Morro dos Ventos chega a ser atípica, haja vista, que em meio a uma campanha eleitoral, o prefeito Darci precisa solicitar (em tom de cobrança) a presença de seus auxiliares diretos nos eventos do governo, e que esses cobrem a participação de seus assessores na campanha. O mandatário político quer mostrar união em sua gestão (quem já vem sendo chamada por este blog a mais de um ano de um ajuntamento de feudos, pela postura e desencontros internos), além de mostrar força política perante aos Barbalho.
A baixa votação obtida por Helder Barbalho em Parauapebas escancarou o nível da impopularidade que o governo municipal atravessa. E, talvez, tenha sido o fator decisivo que fez Darci Lermen levantar da cadeira e finalmente assumir o seu posto de comando na campanha. Dos candidatos que a máquina pública municipal apoiou (Jader ao Senado; Priante ao parlamento federal e Chamonzinho para a Alepa) conseguiram êxito, porém, o resultado “entregue” por Darci (como já dito em outro texto sobre o assunto: “O peso negativo do ‘fator Darci’ na eleição de primeiro turno”) foi baixo do esperado. Na disputa pelo governo do Pará, o resultado apontado pelas urnas foi pior ainda. Em Parauapebas, a diferença entre o candidato do MDB, Helder Barbalho, e o candidato do DEM, Márcio Miranda, ficou em pouco mais de seis mil votos (40.824 contra 34.378), favorável ao ex-ministro. No primeiro turno de 2014, Helder venceu no município com diferença superior a 20 mil votos do então candidato à reeleição e atual governador Simão Jatene, e com o prefeito na época na base de apoio do tucano.
Pelo visto o “puxão de orelha” recebido por Darci em Belém, estimulou o alcaide a se mover, a deixar de lado – pelo menos temporariamente – a sua costumeira tática de não promover o crescimento político de quem está à sua volta ou fazer tudo no “seu” tempo político. Os Barbalho estão cobrando ação, números e resultados. Chegou a fatura do apoio e estrutura política dada em 2016 a Darci Lermen na disputa pela segunda prefeitura mais rica do Pará.