Em junho de 2024, a produção industrial nacional avançou 4,1% na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, interrompendo, dessa forma, dois meses consecutivos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 1,8%.
A média móvel trimestral teve crescimento de 0,7% no trimestre encerrado em junho de 2024 frente ao nível do mês anterior, após apontar -0,3% em maio, quando interrompeu a trajetória ascendente iniciada em agosto de 2023.
Em relação a junho de 2023, a indústria avançou 3,2%, após recuar 1,1% em maio e crescer 8,4% em abril. Com isso, o setor industrial cresceu 2,6% no acumulado do primeiro semestre de 2024. No acumulado nos últimos 12 meses, o avanço foi de 1,5%, intensificando o ritmo de crescimento frente ao resultado de maio (1,3%).
O setor industrial, ao mostrar expansão de 4,1% em junho de 2024 na comparação com o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, marcou o resultado positivo mais intenso desde julho de 2020 (9,1%) e eliminou a perda de 1,8% acumulada no período abril-maio de 2024. No índice desse mês, diferentemente do que havia sido observado no mês anterior, verifica-se predomínio de taxas positivas, uma vez que as 4 grandes categorias econômicas e 16 das 25 atividades industriais pesquisadas apontaram crescimento na produção.
Vale destacar que, com esses resultados, a produção industrial ultrapassa o patamar pré-pandemia (2,8% acima de fevereiro de 2020); mas ainda se encontra 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e produtos químicos têm as principais influências positivas
Entre as atividades, as influências positivas mais importantes foram assinaladas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%), produtos químicos (6,5%), produtos alimentícios (2,7%) e indústrias extrativas (2,5%), com a primeira acumulando ganho de 6,2% em dois meses consecutivos de crescimento na produção; a segunda eliminando o recuo de 2,7% verificado no mês anterior; a terceira interrompendo dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 4,2%; e a última marcando o segundo mês seguido de expansão, período em que acumulou avanço de 5,9%.
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de metalurgia (5,0%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (3,1%), de bebidas (3,5%), de máquinas e equipamentos (2,4%), de produtos do fumo (19,8%) e de celulose, papel e produtos de papel (1,6%).
Por outro lado, entre as nove atividades que apontaram redução na produção, outros equipamentos de transporte (-5,5%) exerceu o principal impacto em junho de 2024 e interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas, período em que acumulou ganho de 4,8%. Vale destacar também as influências negativas registradas por artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-4,1%), impressão e reprodução de gravações (-9,1%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,7%).
Todas as grandes categorias econômicas ficam no campo positivo
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis (4,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,1%) assinalaram as taxas positivas mais elevadas em junho de 2024, com a primeira eliminando parte do recuo de 5,6% registrado no mês anterior; e a segunda voltando a crescer após mostrar variação nula em maio último (0,0%), quando interrompeu três meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 2,1%.
Os setores produtores de bens intermediários (2,6%) e de bens de capital (0,5%) também apontaram crescimento na produção nesse mês, com o primeiro interrompendo dois meses seguidos de queda, período em que acumulou perda de 2,0%; e o segundo eliminando parte do recuo de 2,2% verificado no mês anterior.
Média móvel trimestral cresce 0,7% em junho de 2024
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou avanço de 0,7% no trimestre encerrado em junho de 2024 frente ao nível do mês anterior, após apontar -0,3% em maio, quando interrompeu a trajetória ascendente iniciada em agosto de 2023.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo semi e não duráveis (1,5%) e bens de consumo duráveis (1,1%) assinalaram as taxas positivas mais elevadas em junho de 2024, com a primeira marcando o quinto mês seguido de expansão, período em que acumulou ganho de 3,4%; e a segunda voltando a crescer após mostrar queda de 1,7% em maio, quando interrompeu a trajetória ascendente iniciada em novembro de 2023.
Os setores produtores de bens de capital (0,4%) e de bens intermediários (0,2%) também apontaram crescimento na produção nesse mês, com o primeiro eliminando a perda de 0,2% verificada no mês anterior; e o segundo interrompendo a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2024.
Indústria avança 3,2% em relação a junho de 2023
Na comparação com junho de 2023, o setor industrial assinalou expansão de 3,2% em junho de 2024, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 18 dos 25 ramos, 44 dos 80 grupos e 52,0% dos 789 produtos pesquisados. Vale citar que junho de 2024 (20 dias) teve 1 dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (21).
Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (17,5%), produtos alimentícios (2,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (5,9%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,4%).
Vale destacar também as contribuições positivas assinaladas pelos ramos de celulose, papel e produtos de papel (8,3%), de produtos químicos (4,1%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (10,1%), de bebidas (5,6%), de móveis (13,9%), de indústrias extrativas (0,9%), de outros equipamentos de transporte (9,8%) e de metalurgia (2,0%).
Por outro lado, ainda na comparação com junho de 2023, entre as sete atividades que apontaram redução na produção, impressão e reprodução de gravações (-22,8%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria, pressionada, principalmente, pela menor produção dos itens papel-moeda (cédulas), impressos para fins publicitários ou promocionais em filmes e livros, brochuras ou impressos sob encomenda. Outros impactos negativos importantes foram assinalados pelos setores de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,0%) e de produtos diversos (-6,9%).
Em relação a junho de 2023, todas as grandes categorias econômicas têm taxas positivas
Entre as grandes categorias econômicas, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo duráveis (12,0%) assinalou, em junho de 2024, expansão de dois dígitos e a mais acentuada entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens de capital (9,0%), de bens de consumo semi e não duráveis (5,8%) e de bens intermediários (1,1%) também mostraram resultados positivos nesse mês, com os dois primeiros apontando avanços acima da média da indústria (3,2%); e o último assinalando o crescimento mais moderado.
O setor produtor de bens de consumo duráveis avançou 12,0% em junho de 2024 frente a igual período do ano anterior, após recuar 10,6% em maio e crescer 25,8% em abril de 2024. Nesse mês, o setor foi impulsionado, em grande medida, pela expansão na fabricação de automóveis (9,9%), de eletrodomésticos da “linha branca” (31,6%) e de outros eletrodomésticos (43,8%). Vale destacar também os avanços registrados por motocicletas (8,5%) e pelos grupamentos de eletrodomésticos da “linha marrom” (4,3%) e de móveis (8,9%).
A produção de bens de capital mostrou expansão de 9,0% em junho de 2024 frente a igual período do ano anterior e apontou a terceira taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelos avanços observados nos grupamentos de bens de capital de uso misto (33,1%), para fins industriais (7,5%) e para equipamentos de transporte (4,7%). Por outro lado, os subsetores de bens de capital para construção (-20,9%), agrícolas (-9,5%) e para energia elétrica (-0,6%) mostraram as taxas negativas no índice mensal de junho de 2024.
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo semi e não duráveis avançou 5,8% em junho de 2024 e marcou a terceira taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação. O desempenho positivo nesse mês foi explicado pelo crescimento registrado em todos os grupamentos, com destaque para carburantes (11,6%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (3,3%) e não duráveis (7,2%). Vale citar também os resultados positivos registrados pelos grupamentos de semiduráveis (2,4%) e de alimentos e bebidas básicos para consumo doméstico (13,7%).
Por fim, o setor produtor de bens intermediários mostrou expansão de 1,1% em junho de 2024 frente a igual período do ano anterior, após recuar 2,2% em maio e crescer 4,6% em abril de 2024. O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de celulose, papel e produtos de papel (10,4%), de produtos químicos (4,2%), de produtos alimentícios (3,2%), de metalurgia (2,0%), de indústrias extrativas (0,9%), de produtos de minerais não metálicos (1,3%), de produtos de borracha e de material plástico (1,3%), de máquinas e equipamentos (2,1%) e de produtos têxteis (1,8%), enquanto as pressões negativas foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,7%) e produtos de metal (-1,3%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados positivos assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (3,0%), que voltou a crescer após registrar variação negativa de 0,2% no mês anterior; e de embalagens (7,5%), que apontou o nono mês seguido de crescimento na produção nesse tipo de comparação.
No acumulado do ano, indústria avança 2,6%
No índice acumulado no primeiro semestre de 2024, em relação a igual período do ano anterior, o setor industrial assinalou avanço de 2,6%, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 25 ramos, 47 dos 80 grupos e 54,8% dos 789 produtos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por produtos alimentícios (4,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,3%), indústrias extrativas (2,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,9%).
Vale destacar também os impactos positivos registrados pelos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (10,0%), de celulose, papel e produtos de papel (5,0%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (8,4%), de outros equipamentos de transporte (11,6%), de produtos de borracha e de material plástico (3,8%), de bebidas (4,3%), de produtos de madeira (8,3%) e de móveis (5,7%).
Por outro lado, ainda na comparação com janeiro-junho de 2023, entre as oito atividades que apontaram redução na produção, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,9%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria. Outras contribuições negativas importantes foram registradas pelas atividades de máquinas e equipamentos (-2,0%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-4,5%) e de produtos diversos (-5,5%).
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os seis primeiros meses de 2024 mostrou maior dinamismo para bens de capital (5,0%), bens de consumo duráveis (4,3%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,1%), impulsionadas, em grande medida, pela maior produção de bens de capital para equipamentos de transporte (10,4%), na primeira; de eletrodomésticos (22,1%), na segunda; e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,9%) e carburantes (6,1%), na terceira. O setor produtor de bens intermediários (1,8%) também apontou resultado positivo no índice acumulado do primeiro semestre do ano, mas registrou avanço menos intenso do que o verificado na média da indústria (2,6%).
Com informações de IBGE
Imagem: reprodução internet