Reconstruindo “pontes”

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Na semana passada foi anunciado que o presidente Jair Bolsonaro (PL) irá encontrar com o presidente americano  Joe Biden, por ocasião da realização da Cúpula das Américas, na cidade de Los Angeles. O anúncio gerou grande repercussão, pois, tal encontro entre os dois citados Chefes de Estado não era algo esperado, justamente pela incompatibilidade política de ambos.

Na eleição presidencial americana de 2020, Jair Bolsonaro declarou apoio ao então presidente que buscava a reeleição, Donald Trump, do Partido Republicano, gerando um clima ruim com o que viria a vencer aquele conturbado processo eleitoral. Ainda por cima, Bolsonaro questionou o resultado da eleição, dando a entender que poderia ter ocorrido, sem apresentar provas, fraude.

Biden deixou claro publicamente que não concorda com a política ambiental adota pelo governo brasileiro, assim como ao ser perguntado quando viria ao Brasil, desconversou e não mostrou interesse em visitar o nosso país, pelo menos, enquanto Jair Bolsonaro for o presidente. Do lado brasileiro, também não se fez questão de aproximação com a Casa Branca. Os Estados Unidos é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, só perdendo para a China, o que torna inevitável a relação bilateral entre americanos e brasileiros.

No plano geopolítico, a aproximação de Bolsonaro com Biden é uma decisão ideologicamente difícil, todavia, se tornou necessária sob o ponto de vista econômico. Desde quando o democrata assumiu o poder, Bolsonaro buscou outras relações bilaterais, a exemplo de sua aproximação – antes da guerra – com o presidente russo Vladimir Putin. O mandatário brasileiro afirmou recentemente em uma entrevista que a relação entre os Estados Unidos e Brasil não podem continuar como estão, ou seja distante.

Todavia, perante a seus apoiadores, o presidente brasileiro disse que irá ao encontro com Joe Biden para tratar de assuntos que já estavam alinhados com o antecessor americano, e que não irá “só para sair na foto”. Resta saber se esse encontro conseguirá restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países, quebrando, portanto, o gelo entre os dois Chefes de Estado, ou essa aproximação proposta por Jair Bolsonaro, está mais relacionada ao processo eleitoral que se aproxima no Brasil? A ver.

Imagem: Portal G1

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