Retorno de Aécio Neves

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Como bom mineiro, quietinho, o deputado federal por Minas Gerais, Aécio Neves, do PSDB, vinha se articulando para retornar gradativamente ao protagonismo político que outrora já teve. Neves, neto do ex-presidente Tancredo,  tem longa história na política, sendo o primeiro deles de mandato, o de deputado federal em 1987. Depois de quatro mandatos na Câmara Federal, se elegeu governador de Minas Gerais por dois mandatos; em seguida foi senador da República, se lançando à Presidência da República em 2014, quando perdeu por uma diferença pequena para a então presidente que disputava à época a reeleição.

Mesmo com a derrota na disputa presidencial, Aécio Neves despontava como o principal nome da oposição para concorrer novamente ao Palácio do Planalto. Todavia, um “trem” (como se diz muito em terras mineiras) “atropelou” as pretensões políticas do ex-governador. Em 2015, o jornal Folha de São Paulo publicou em reportagem que o senador Aécio Neves foi citado em depoimento de delação de Carlos Alexandre de Souza Rocha, que nas investigações da Operação Lava Jato é investigado como um dos funcionários do doleiro Alberto Youssef, afirmou que fez uma entrega de trezentos mil reais a um dos diretores da UTC, Antonio Carlos D’Agosto Miranda, e que o valor era destinado a Aécio Neves.

O senador Delcídio do Amaral acusou Aécio, em delação premiada homologada em 15 de março de 2016 pelo STF, de ter recebido vantagens ilegais na estatal de energia Furnas. Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, era quem operava o esquema de corrupção na referida estatal e teria, segundo o depoente, “fortes vínculos” com Aécio. O senador também foi acusado, por um executivo da Odebrecht, de montar um esquema de propina, enquanto ele era governador de Minas. Todas essas acusações contra Aécio Neves foram arquivadas, porém lhe causaram um grande estrago político.

O ex-governador mineiro precisou sair dos holofotes para sobreviver. Sabia que precisaria reconstruir a sua história política. O primeiro passo era resistir a pressão por sua saída do PSDB, para que, internamente, pudesse se reerguer. Dessa forma, com atuação discreta de forma pública, mas intensa nos bastidores, Aécio foi crescendo. O exemplo mais recente foi a vitória do ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, que é do grupo do ex-governador mineiro, ao assumir a presidência nacional do PSDB, derrotando o grupo do governador Eduardo Leite. De quebra, Aécio Neves foi convidado e aceitou presidir o Instituto Teotônio Vilela, um dos cargos mais importantes do partido a nível nacional.

O passo seguinte é ser governador de Minas Gerais em 2026. Pelo visto, tal pretensão não será difícil de ser conseguida. Aécio Neves não só ressurgiu, mas voltará forte ao cenário político nacional.

Imagem: reprodução Internet. 

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