Tudo como dantes no quartel d’Abrantes no Congresso Nacional

A frase que dá título ao artigo surgiu no século XIX com a invasão da Península Ibérica pelas tropas de Napoleão. O comandante francês primeiro invadiu a pequena Abrantes, cidade próxima a Lisboa, para em seguida proclamar o general francês invasor, Jean A. Junot, duque d’Abrantes, aproveitando-se de ter encontrado um país sem governo, já que a coroa portuguesa havia debandado para o Brasil. E como aquele “duque” mantinha seu poder sem qualquer oposição, o povo lusitano ironicamente cunhou tal dito.

Foi dessa forma que se encerrou ontem, 01, o expediente legislativo em Brasília, com a posse de deputados federais e senadores, com a votação para a escolha da Presidência das duas Casas. No Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) conseguiu se reeleger, com uma votação que manteve uma margem segura (49 votos dos 41 mínimos), mas que foi desidratando diariamente, sendo preciso o governo “entrar em campo” para garantir a vitória de Pacheco, contra o bolsonarista Rogério Marinho (PL), que obteve 32 votos. Ele ficará no comando da Casa pelos próximos dois anos, até 2025.

Em sua primeira vitória na disputa pelo comando da Câmara Alta, em 2021, o senador mineiro obteve 57 votos. Marinho atingiu uma marca que acende o alerta no Palácio do Planalto. A oposição do governo no Senado será ferrenha. Não terão maioria, mas um quantitativo suficiente para que, por exemplo, se possa criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que, pelo Regimento Interno da Casa, precisa minimamente de 27 assinaturas.

Dentre os nomes que se colocam como receptores do capital político-eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, o desempenho de Marinho o coloca como forte candidato a essa vaga, apesar da derrota do bolsonarismo, que jogou todas a suas fichas na disputa pelo comando do Senado.

Disputa na Câmara Federal

Pouco depois do resultado na eleição no Senado, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) foi reeleito, em votação recorde, somando 464 votos, dos 513 possíveis (509 votaram). Ele ficará no comando da Casa pelos próximos dois anos, até 2025.

A lição “Eduardo Cunha” ao PT, facilitou a vida de Lira, que não teve em nenhum momento a sua reeleição ameaçada. O governo não bancou nenhuma outra candidatura e deixou claro que não iria interferi na eleição dos deputados, e assim o fez.

Desta forma, tudo continua do mesmo jeito no Congresso Nacional. Expediente legislativo que segue.

Imagem: reprodução Internet. 

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