Chegamos ao meio do mês de março. Aproxima-se do início de abril e com ele, a definição de parte do cenário político, com o prazo limite da desincompatibilização dado pela Justiça Eleitoral. Precisamente até o próximo dia 07, quem for candidato a qualquer cargo público terá que deixar a sua função. Assim, dessa forma, se conhecerá, por exemplo, a estratégia de Simão Jatene. Mas parece que o governador do Pará já não esconde o que decidiu.
Na atual conjuntura, os bastidores políticos fervem. Uma rede de informações costumeiramente foi construída (verídicas, com fonte confiável e outras sem fundamento, mas que fazem parte do jogo, sendo necessário para a estratégia de alguns). Nessa rede de informações, o futuro político de Jatene foi posto: deputado estadual ou senador. Eram as opções mais viáveis e que estavam bem nas “bolsas de apostas”. O outro ponto era quem seria o sucessor de Simão. A questão foi logo resolvida em novembro do ano passado, quando o governador em evento público, no oeste do Pará, em Santarém, anunciou que o deputado estadual e presidente da Alepa, Márcio Miranda (DEM) seria o seu candidato.
Outra questão levantava estava ligada ao vice-governador, Zequinha Marinho (PSC). Qual caminho o vice tomaria? E se o caminho, a decisão estaria conjugada com a do governador? Conforme abordado diversas vezes pelo blog, a relação entre ambos nunca foi próxima. Com a escolha de Miranda, “azedou” de vez. Marinho tinha (como deixou público diversas vezes) a esperança de ser o candidato que iria suceder a Jatene. Zequinha mostrou grande desconhecimento dos principais agentes do tabuleiro político paraense. Dentre eles o principal: Simão. O governador não é um homem de partido e muito menos comunga de qualquer estratégia que lhe tire o holofote e que possa promover um aliado, mesmo ele sendo do seu próprio partido.
Conforme dito antes, com a proximidade do prazo limite dado pela Justiça Eleitoral, as especulações diminuem, o cenário vai ficando menos turvo e mais claro. Miranda (apesar de algumas rebeliões internas dentro do ninho tucano) será o candidato do governador ao Palácio dos Despachos. Marinho parece ter acertado com Jatene e ter feito prevalecer a sua estratégia política pessoal: ser candidato ao Senado, pelo menos, neste processo inicial. O vice já vem rodando o território paraense desde o mês passado, imprimindo intensa agenda de reuniões e encontros pelos municípios, especialmente dentro de sua base eleitoral: sul e sudeste paraense. Espalha por suas redes sociais que é pré-candidato ao Senado.
Para a Câmara Alta terão duas vagas para cada ente federativo, com a renovação de 2/3 de suas cadeiras. Do lado do grupo jatenista, deverão ter dois candidatos. Se tudo estiver dentro das expectativas, Flexa Ribeiro tentará a reeleição com a outra vaga para Zequinha (sem ter a preferência oficial da máquina do governo). Em troca, conforme anunciado, deixaria o cargo juntamente com Jatene dentro de semanas, abrindo espaço para Márcio Miranda assumir, aumentando assim a sua visibilidade e, portanto, fazendo crescer a sua popularidade.
Assim como em 2014 (situação em que não decidia se iria concorrer à reeleição, e com isso, deixava uma incógnita em relação ao processo político-eleitoral), Jatene embaralha, faz movimentos, e move peças do tabuleiro, para no final, executar o que é melhor para a sua estratégia pessoal e de sua família. Em semanas, de forma oficial, saberemos de forma clara, como será montado o tabuleiro político-eleitoral paraense. Enquanto isso, ainda valerá acordos e possíveis mudanças, sendo verdade ou não.