Vitrine passada continua reluzente

Na campanha de 2018 ao Governo do Pará, a segurança pública já era o principal tema daquele pleito. O Pará vinha apresentando um cenário preocupante, reconhecidamente, a área era uma das maiores “pedras no sapato” das gestões do PSDB. O então candidato do MDB, Helder Barbalho, definiu, portanto, o citado setor como o foco principal de sua futura gestão.

O seu Plano de Governo trouxe inúmeras propostas para a segurança, que iam desde o aumento do efetivo policial; reestruturação do sistema carcerário, etc. Tudo isso condensado em 23 propostas estruturantes. Doze dias após a posse, em 2019, o citado tema já tomava conta da agenda do novo governo. Estava claro que o recém eleito governador faria da segurança pública a vitrine de sua gestão, já de olho, claramente, em sua reeleição, em 2022.

O primeiro trimestre daquele ano já registrava a presença do ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro e a presença da Força Nacional, tamanho era o caos vivido pelo Pará quando o novo governo começou. Além de ampla reforma na questão estrutural na área, concursos públicos foram realizados para os agentes de segurança pública, aumentando significativamente o efetivo na área.

Na comparação com o ano de 2019 até o 2022, fechando o quadriênio da primeira passagem de Helder pelo Executivo paraense, os números são para se comemorar. Quando se compara a gestão passada do MDB com a que lhe antecedeu, o cenário é mais favorável ainda.

Segundo a lista dos sete municípios que figuram entre as cidades violentas, o Pará atesta o avanço na redução da criminalidade em todos os municípios. Dados do Fórum Brasileiro mostram que em 2019 Altamira, na região Oeste, figurou na segunda colocação no ranking com taxa de 133,7 mortes por 100 mil habitantes, caindo para a sétima colocação, e reduzindo a taxa para 70 mortes por 100 mil habitantes no ano. Outro município que tinha taxa de 100 mortes por 100 mil habitantes era Marituba, na Região Metropolitana de Belém, que em 2019 ocupou a 8ª posição, e hoje ficou na 50ª, com 40 casos na taxa de habitantes utilizada.

No ano de 2022, em comparação a 2021, Altamira apresentou redução de 37% nos casos de CVLI; Parauapebas teve queda de 5%; Itaituba chegou a 39%, Castanhal a 5% e Marabá, a 19%. “Vários municípios, que antes figuravam nessa lista, hoje não estão mais, a exemplo de Tucuruí, Belém e Ananindeua. Os que ainda estão apresentaram reduções significativas, demonstrando que as ações têm garantindo resultados”, afirmou o titular da Segup.

Mais números – Outros números que apresentaram queda no primeiro semestre de 2023 estão relacionados a CVLI cometidos contra agentes de segurança pública, chegando a 52% de redução, se comparado ao mesmo período de 2022 e 2023, quando foram computados, respectivamente, 21 e 10 casos. Em relação aos crimes de morte por intervenção policial (Miae), a redução alcançou 23% em 2023, com 77 casos a menos do que no primeiro semestre de 2022. Em números absolutos foram computados 330 casos, de janeiro a junho de 2022, e 253 no primeiro semestre deste ano.

Belém, a capital do Estado, que já figurou entre as cidades mais violentas do País, alcançou nos últimos anos índices significativos de redução na criminalidade. Inclusive, tendo queda de 22% nos casos de CVLI somente no primeiro semestre de 2023, se comparado a 2022. Também apresentou redução nos indicadores de roubos na capital, com queda de 18%, com 9.567 casos, se comparado ao primeiro semestre de 2022, quando houve 11.725.

De todo modo, ainda há muito o que se fazer, todavia, fica claro o melhoramento do cenário no que diz respeito à segurança pública. A vitrine passada continua reluzente.

Por Roberta Meireles (SEGUP) – adaptado pelo Blog do Branco.

Foto: David Alves – Agência Pará. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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