A “Estadualização” de Belém e o crescimento de Igor Normando

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Se acompanha que o governador do Pará, Helder Barbalho, do MDB, vem, como se diz no jargão popular “gastando sola de sapato” na periferia de Belém. Tal ação tem método. A presença do mandatário estadual nas ruas estreitas geralmente sem asfalto e saneamento básico, próximas aos inúmeros canais que cortam a capital paraense não é, como se disse, à toa. O mandatário em questão quer que o próximo prefeito de Belém seja, finalmente, do MDB.

Depois de escolher o deputado estadual Igor Normando em detrimento ao colega de parlamento e correligionário deste, Zeca Pirão, que liderava alguns levantamentos; além do deputado federal José Priante, que pontuava acima de Normando, Helder quer a todo custo agora impulsionar o seu ungido.

Engana-se que a crise gerada dentro do MDB pela escolha de Normando, chegou ao fim. Pirão e Priante seguem afastados, todavia, deverão “cair pra dentro” mais à frente, quando se aproximar, de fato, o período de campanha. A questão interna de alguma insatisfação do partido nem era e nunca foi problema para Helder. Sua preocupação era tornar o mais rápido possível competitiva a pré-candidatura de Igor.

Para isso, o governador colocou toda a força da máquina estadual para atuar no principal território do prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol: periferia. É o local escolhido por Helder para caminhar quase sempre ao lado de sua vice Hana Ghassan, a escolhida por ele para sucedê-lo em 2026, além, é claro, de seu pré-candidato ao Palácio Antônio Lemos, Igor Normando.

A terceira pesquisa registrada da Doxa sobre à disputa pela prefeitura de Belém, confirmou o “salto” dado pela pré-candidatura de Igor Normando, que agora configura em segundo lugar, empatado com Edmilson Rodrigues e Thiago Araújo (Republicanos). A tendência é que o pré-candidato do MDB apareça de forma isolado em segundo lugar nos próximos levantamentos.

O processo de “estadualização” implementado por Helder em Belém, tinha um objetivo: desgastar politicamente a gestão da capital paraense. Agora, além dessa, terá a função de criar um elo de ligação entre Helder e Igor, ou seja, embutir no pensamento do eleitorado o quanto Belém poderá crescer com a parceria entre Estado e município, a exemplo do que acontecia no período em que o PSDB controlou as máquinas estadual e belenense.

O que se desenha em Belém é que o segundo turno terá um candidato bolsonarista, até o momento, encarnado no nome de Éder Mauro, do PL; e outro do campo progressista, que poderá ser o atual prefeito Edmilson Rodrigues ou o deputado estadual Igor Normando.

A máquina estadual, com a presença do governador Helder Barbalho à favor de Igor Normando será intermitente de agora em diante na periferia de Belém. Do outro lado, mesmo com alta rejeição, Edmilson tem uma poderosa máquina municipal que também atuará fortemente nos mesmos locais.

A questão que fica: quem está no segundo turno contra o candidato bolsonarista?

Imagem: reprodução Internet. 

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