No último fim de semana a política paraense teve um solavanco ocasionado pela notícia de que o ex-governador Simão Jatene estaria se filiando ao Partido Liberal, com objetivo de disputar a eleição do próximo ano, provavelmente ao cargo de governador.
O fato foi negado pelo PL, mas até o momento da negativa do partido, o fato pautou por horas as redes sociais, especificamente nos grupos de política.
Vale frisar antes de qualquer abordagem sobre o assunto, que Jatene continua inelegível, portanto, não poderá concorrer no próximo ano. Seu decreto de inelegibilidade foi publicado em julho de 2020, o que, por lei, só lhe permite disputar eleições em 2028. Ou, caso a Justiça o permita, por exemplo, de concorrer sub judice.
A questão tem, claramente, o objetivo de gerar um fato político com intuito de tirar da inércia o assunto da disputa pelo comando da máquina estadual. A questão central deste processo: a quem interessa “recolocar” o ex-governador no jogo? Essa pergunta não é difícil de responder. Tal indagação abre outro caminho de questionamentos: o interesse de “levantar” o nome de Jatene diz respeito a possível falta de competitividade, por exemplo, do atual prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, que vive um momento delicado por conta da acusações de diversos malfeitos com recursos públicos.
Em política nada é por acaso. Tudo há método, inclusive, tal notícia tratada neste artigo. Ressurgir um assunto sem nenhum fato que o torne realizável é pura cortina de fumaça.
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