Convergência do meio

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União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania pretendem anunciar no dia 18 de maio o nome de um candidato de consenso à presidência da República. A decisão foi tomada numa reunião ontem entre os presidentes dos quatro partidos, respectivamente, Luciano Bivar, Baleia Rossi, Bruno Araújo e Roberto Freire. Eles também convidaram “outras forças políticas democráticas” para aderir à iniciativa. O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) se reuniu na semana passada – dias antes havia encontrado o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) – com a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata do MDB, para, segundo ele, “construir uma convergência”.

O ex-mandatário gaúcho até declarou publicamente que aceitaria ser vice em uma chapa com Tebet. De certo mesmo, é a decisão de uma definição de um só nome dentro do campo da Terceira Via. Os pré-candidatos que estão até o momento na disputa, sabem que essa pulverização de opções é o maior entrave para que se forme uma chapa competitiva, que tenha condições de, quem sabe, chegar ao segundo turno.

Após o fim da janela partidária, em que ocorreram muitas trocas dos que pretendem sair candidato em 2022, duas pesquisas ao Palácio do Planalto foram divulgadas, e nenhuma delas manteve o nome do ex-juiz Sérgio Moro na disputa presidencial. O que ficou claro nos dois levantamentos é de que o eleitorado que declarou apoio ao ex-ministro da Justiça não migrou para os diversos nomes do campo em que Moro se posiciona. Grande parte desse eleitorado tende a retornar a sua origem: Jair Bolsonaro (PL), pois os chamados “moristas” são em sua maioria, bolsonaristas “arrependidos”.

MDB sendo MDB

Se fala pelos corredores de Brasília de que os caciques do MDB, estão articulando para que a senadora Simone Tebet desista da candidatura presidencial. Isso dias após a fala do ex-presidente Michel Temer, afirmando que o partido deve levar a candidatura própria até o limite, ou seja, para bom entendedor… Fim do primeiro turno para fechar apoio no segundo turno ao candidato do PT, neste caso, Lula.

Segundo a colunista Laryssa Borges, da Veja; nomes de peso do MDB, como os senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho; além do ex-presidente José Sarney; o ex-senadores Eunício Oliveira e Romero Jucá, se colocam contra e articulam grande ofensiva contra a manutenção da atual pré-candidatura e possível candidatura de Tebet ao Palácio do Planalto. Afirmam que esse voo solo do partido, não terá êxito e ainda irá atrapalhar a estratégia de ter grandes bancadas na Câmara e no Senado. Citam como exemplo, a última eleição. Em 2018, o partido teve a candidatura do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meireles, ao Executivo Federal, obtendo apenas 1,2% dos votos válidos, fazendo com que o partido terminasse em sétimo lugar.

Os grandes caciques emedebistas defendem que a legenda possa centrar os seus esforços, que em recursos, segundo o fundo partidário, soma 300 milhões de reais, para fortalecer as candidaturas legislativas. Em 2018, o MDB elegeu apenas 34 deputados federais, o menor quantitativo desde o processo de redemocratização. Portanto, o MDB sendo MDB.

Imagem: Carta Capital.

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