Duro golpe na estratégia política do governador

Ontem, 12, a política paraense foi atingida por um tsunami. A Polícia Federal amanheceu nas ruas de Belém e de outras cidades do Pará para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão em vários endereços. Dentre eles o mais importante – pelo cargo de ocupa – foi a do vice-governador do Pará, Lúcio Vale (PL).

A operação batizada de “Vissaium”, um desdobramento da Operação Carta de Foral, deflagrada há um ano pela mesma força tarefa, e que tem como objetivo prender organização criminosa suspeita de fraudar licitações e contratos públicos em 10 municípios do estado.  Segundo as investigações, 11 empresas eram controladas pelo grupo, e que entre os anos de 2010 a 2017, movimentou em torno de R$ 40 milhões.

Segundo o que foi postado pelo jornalista Carlos Mendes em seu “Ver o Fato”, de acordo com a investigação, nos anos de 2010 a 2017 o grupo suspeito movimentou mais de R$ 39 milhões em recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Estão sendo investigadas irregularidades que incluem fraude em licitação – participação das mesmas empresas em várias licitações -, simulação de entrega de merenda escolar e pagamento de vantagem indevida a agentes públicos. As prisões preventivas têm prazo de cinco dias e podem ser renovadas. Prisões temporárias não têm prazo definido para terminar.

Os agentes estiveram na casa do vice-governador e também nas dependências do Palácio do Governo, sede do poder Executivo. No recinto palaciano, fizeram busca e apreensão de documentos na vice-governadoria. O impacto político da ação é forte e ainda imensurável. No período citado pela PF de ocorrências dos desvios público, Lúcio Vale exerceu o mandato de deputado federal. Em 2018 abriu mão da reeleição para formar chapa com Helder Barbalho para concorrer ao governo do Pará. Portanto, tal operação não está ligada diretamente ao governo do Pará. 

O Blog vem tratando sucessivamente do processo de disputa pelo Palácio Antônio Lemos, a sede da Prefeitura de Belém. Como dito recentemente, o governador Helder Barbalho será o protagonista do processo eleitoral na capital, e dentro de suas opções de escolhas, está o seu vice, Lúcio Vale. Como dito aqui, Vale teria a preferência do mandatário estadual para ser o candidato do governo ao Executivo municipal da capital. E, por conta desta pretensão, Helder já estava dando maior espaço a Vale, visando fomentar a sua visibilidade política, conforme analisado no artigo: “O Vice com mais espaço. Tem método”

Com a operação de ontem, 12, algumas análises e pretensões políticas precisarão ser revistas, inclusive a do governador Helder Barbalho. A operação “Vissaium” é um duro golpe político na estratégia político-eleitoral do mandatário estadual. Praticamente tira Lúcio da possibilidade de concorrer à Prefeitura de Belém, e isso independente se ele é culpado ou não. Mas o estrago político à imagem do citado é enorme. O fato é um duro golpe a estratégia política de Helder. O tabuleiro deverá ser reorganizado pelo governador. 

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