Equilibrando-se à beira do abismo

Ontem, 25, cerca de 700 mil de pessoas (em levantamento otimista da Polícia Militar de São Paulo) lotaram diversos quarteirões da Avenida Paulista, a mais famosa de São Paulo. Especialistas em eventos, afirmam que o quantitativo reunido não passou de 200 mil, isso analisado em seu horário de pico, por volta das 15:00h. Independente disso, a convocação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, reuniu milhares de pessoas que foram às ruas.

Em linhas gerais, o ex-mandatário nacional quis mostrar sua força política, desmistificando o discurso de que está fora do tabuleiro político, tornando-se apenas um ex-líder. De fato e de direito, o que se viu ontem no citado logradouro da cidade mais rica do país foi um grande feito. Sim, o bolsonarismo está forte e continua sendo uma grande força política que deverá conquistar muitos espaços nas eleições municipais que se aproximam.

Um ponto a ser considerado é que tal movimento político, liderado por Bolsonaro se configura acima de qualquer partido. O PL, é o hospedeiro atual, mais à frente, porém, poderá deixar de ser. Diferente de outros encontros, se acompanhou menos bizarrices promovidas pelos mais radicais apoiadores do ex-presidente. Estavam sob cerco. Qualquer narrativa que atentasse contra o Estado de Direito; ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, poderia levar Bolsonaro e outros à cadeia.

Houve, forçadamente, um adestramento do bolsonarismo. O discurso coletivo seguiu em direção à liberdade, à família, mantras do movimento; de forma externa, em apoio ao Estado israelense. Ainda se viu muitos se pronunciando contra o comunismo, contra o socialismo. Enfim, o delírio continua e um mundo fantasioso e paralelo, se fazem presentes.

Bolsonaro manteve o evento, mesmo sob risco de que alguns grupos de apoiadores mais exaltados, pudessem promover ataques às instituições, o que tenderia a complicar a vida do ex-presidente. O adestramento foi bem feito, o que afastou essa possibilidade – ligado ao algum descumprimento no evento – que não prosperou. Usou o evento para se defender das diversas acusações, dentre elas a de liderar um movimento golpista.

A caravana paraense foi composta por agentes políticos de diversos municípios, sob a liderança estadual do deputado federal Éder Mauro. Da alepa, os deputados Wescley Tomaz, presidente do Avante no Pará, além de liderar as pesquisas para prefeito de Itaiutuba, no Oeste paraense; Coronel Neil; Rogério Barra, filho de Éder Mauro; além de Toni Cunha, que tenta ser prefeito de Marabá, pisaram em asfalto paulistano. Da bancada federal paraense, além de Mauro, Joaquim Passarinho e Delegado Caveira, se fizeram presentes.

O ex-prefeito de Canaã dos Carajás, Jeová Andrade, que se tornou bolsonarista raiz pelas circunstâncias políticas, além de vereadores que seguem o ex-presidente. De Parauapebas, a comitiva saiu com o vereador Aurélio Goiano, Hipólito Reis e Júlio César, para citar os mais representativos. Os que estiveram lá, seguem suas respectivas estratégias eleitorais, portanto, marcar presença reforça o laço com o eleitorado bolsonarista e promove projeção política.

Em linhas gerais, Bolsonaro mostrou força. Não está, absolutamente, fora do jogo. É, sem dúvida, o maior cabo eleitoral da oposição. Está inelegível e com real possibilidade de ser preso. Não disputará em 2026, mas tende a promover milhares de vereadores e prefeitos em 2024. Em 2026, caso esteja livre, terá, novamente, papel fundamental de manter a oposição sob sua órbita.

Imagem: Pleno News. 

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