Conforme o furo do jornalista Marcelo Marques, “o Bacana”, e análise feita por este blog na semana passada, com a concordância pelas circunstâncias do tabuleiro politico; o deputado federal Lúcio Vale (PR) será o vice na chapa de Helder Barbalho ao governo do Pará.
Oficialmente, a parceria só será sacramentada no próximo dia 04 de agosto, quando ocorrerá em Belém, a convenção estadual do MDB. Conforme analisado na semana passada por este blog, a estratégia de Helder em ter um vice do perfil de Lúcio, é justamente de ter um suporte, um alicerce político na Região Metropolitana de Belém (RMB) e nordeste paraense; justamente regiões de atuação e de base eleitoral do referido deputado, além de garantir o apoio do PR com a sua significativa capilaridade político-eleitoral no território paraense.
Em 2014, em sua primeira disputa eleitoral ao governo do Pará, Helder teve como vice o ex-deputado e ex-prefeito de Santarém, Lira Maia (DEM). Naquele momento, a estratégia dos Barbalho em ter um vice do oeste do Pará, era passar ao eleitor a ideia de integração regional; de ter um governo menos RMB e mais Pará. Esse discurso, muito presente a época, era o resquício do plebiscito da divisão do Pará, ocorrido em 2011. A questão que pesou contra a campanha de Helder, foi a imagem “pesada”, desgastada que Lira já reunia em torno de sua vida pública, com inúmeros processos na justiça e que foram vinculados na campanha daquele ano.
Lúcio Vale é um político com boa imagem e repercussão positiva. Ótimo trânsito em Brasília e com grande poder de articulação. Servirá como um salvo-conduto a Helder na RMB e nordeste paraense, com o claro objetivo eleitoral de diminuir a sua rejeição.
Márcio Miranda, principal adversário de Helder Barbalho, seguirá a mesma lógica de combate ao índice de rejeição regional que o ex-ministro articulou? Se sim, seu vice deverá sair das regiões sul e sudeste. Seguindo o “tititi” que ronda o vice de Miranda, o nome de Tony Cunha, vice-prefeito de Marabá, faz todo o sentido.
Como sempre, as disputas ao Palácio dos Despachos; os vices servem – pelo menos na teoria – de salvo-conduto a quem disputa o governo. Isso só confirma as assimetrias regionais que se perpetuam no Pará; em que o vice sempre serviu para “vender” a imagem de integração ao eleitor.