Muita calma nessa hora

Um fato hoje é real: o presidente Jair Bolsonaro (PL) está subindo nas pesquisas. Essa afirmação precisa de um processo de maturação para que possa ser confirmada, e ele veio. Em uma sequência de levantamentos sobre o processo eleitoral que se aproxima, o atual mandatário nacional vem subindo em seus números, com variações que vão de 22% em algumas pesquisas, chegando a 29% na mais recente (Genial/Quaest), que aliás vem se destacando desde 2018, pela precisão de seus números.

Inversamente proporcional ao cenário apontado, o ex-presidente Lula (PT) mantém ainda confortável vantagem, mas que já foi maior. O petista chegou a passar dos 50% das intenções de voto, mas hoje fica na margem de 42% a 45%. O que se percebe, neste caso, é que o ex-presidente atingiu o seu “teto”, ou seja, não consegue mais avançar, o que tende a eliminar qualquer chance de vencer a eleição presidencial no primeiro turno (o que este blogueiro que vos escreve sempre disse, mesmo com a empolgação com os números de Lula).

Não precisa prever o futuro para se afirmar alguns pontos. Basta, de partida, ter experiência no campo político. Lula nunca atingiu 50% das intenções de voto em pesquisas, nem mesmo quando esteve na presidência da República, com a popularidade nas alturas e com ótima aceitação de seu governo. O antipetismo sempre existiu e, de certa forma, barra a expansão do voto no ex-presidente. Sua grande vantagem atualmente está relacionada ao fato de que a gestão de Bolsonaro é, de fato, ruim. Muito abaixo do que se poderia esperar (mesmo sabendo que ele não faria uma boa gestão). Neste caso, entra o fator “saudade” na avaliação do eleitorado. Comparar períodos.

Há também o fato de que Bolsonaro perdeu muitos eleitores. Uma parcela significativa de quem votou nele em 2018, migrou para outros pré-candidatos. Pesquisas identificaram que essa diáspora bolsonarista foi em direção a Sérgio Moro (Podemos) e até buscou abrigo em Lula. Quem manteve apoio foram os mais radicais, aqueles que, independente do que o presidente fizer ou falar, não deixaram de segui-lo. Todavia, esse público atinge 20% a 25% do eleitorado. Bem abaixo em comparação ao início do governo, mas ainda suficiente para levar Bolsonaro ao segundo turno.

Por que Bolsonaro cresce nas pesquisas? 

Conforme adiantado pelo Blog do Branco há meses, Jair Bolsonaro havia atingido o seu “piso” nas pesquisas, quando aparecia com 20% a 22% nos diversos levantamentos. Portanto, a tendência seria subir a depender das ações de seu governo. Uma sequência anúncios positivos seria responsável por essa retomada e crescimento em doses homeopáticas – como de fato vem acontecendo, para o desespero de Paulo Guedes e de sua equipe econômica. Nada de austeridade, a ordem é gastar.

O objetivo, em 2022, é promover ações que façam crescer a popularidade de Bolsonaro, em especial entre os mais pobres, a faixa que Lula “nada de braçada”. Para isso, o Palácio do Planalto lançou mão fortemente da máquina pública, utilizando, entre outras medidas, o Auxílio Brasil e a distribuição de emendas parlamentares como “puxadores” de voto. A pandemia, que mostrou-se como um grande problema para a imagem do presidente, vai ficando em segundo plano.

Na última quinta-feira, 17, o governo lançou um ambicioso conjunto de medidas voltadas à população de baixa renda com as quais pretende injetar mais de 150 bilhões de reais na economia. O programa, batizado de “Renda e Oportunidade”, busca aumentar o poder de compra dos brasileiros, especialmente entre os de menor renda, informou a presidência em comunicado após cerimônia de lançamento no Palácio do Planalto, em Brasília. As medidas incluem a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas, a autorização para utilização de recursos do FGTS e facilidades de acesso a créditos.

Portanto, “muita calma nessa hora”, como diz o ditado popular. Está claro o crescimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas. O que já faz com que petistas fiquem atentos. Essa expectativa de vencer em primeiro turno mostrou-se totalmente fora de contexto. O presidente tem a máquina federal na mão e muitos apoios. Deverá crescer mais ainda nos próximos levantamentos. Lula ainda é o favorito, mas já nem tanto assim.

Imagem: reprodução Internet. 

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