O Estado menor

O Supremo decidiu ontem, por 9 votos a 2, que o governo pode vender as estatais subsidiárias — aquelas empresas que pertencem a outras estatais — sem a necessidade de permissão do Congresso. E, por 7 votos a 4, que estas vendas podem ocorrer sem licitação. O Congresso precisa aprovar, porém, a privatização de empresas-mãe, como no caso, por exemplo, da Petrobras, que possui 35 subsidiarias. 

Dito isto, fica mais fácil, menos burocrático, o processo de privatização das empresas estatais, o que permitirá ao governo do presidente Jair Bolsonaro cumprir mais uma promessa de campanha: o Estado mínimo e menos burocrático. O ministro da Economia, Paulo Guedes, deve ter aberto amplo sorriso com a decisão da Suprema Corte, o que, na prática, permitirá a equipe econômica liderada por ele ampliar o processo de privatização que sempre esteve sob estudos dos técnicos da referida pasta. 

O presidente em visita à Argentina, tratou do tema. Bolsonaro disse que a decisão do STF vai na direção do que pensa e quer o seu governo, e que agora – levando em consideração que a determinação exclui a participação do Congresso quando se tratar de subsidiárias – pois acelera e tornar menos penoso ao governo quando decidir se desfazer de uma de suas estruturas. Ao governo, sobretudo, a sua ala ideológica, é uma grande vitória (como também, como citado, aos gestores do campo econômico), pois anular a atuação do Congresso, o que torna, por exemplo, dispensável, algo que o governo relutar em fazer: negociar – articulação política.

Desde quando Paulo Guedes foi anunciado – ainda no período de pré-campanha – como o homem forte da economia (se apresentava como assessor econômico de Jair) naquele momento, quem iria conduzir no então pretensioso governo Bolsonaro, que avisei que o citado economista é um dos maiores neoliberais da atualidade. E afirmei isso com base na entrevista que li com ele, em 2006. Ali já estava claro quem era Guedes e o que poderia fazer na condição de ministro, como agora.

Sendo assim, caminhamos para mais um período de privatizações (a exemplo da década de 90, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), ou seja, o Estado menor. O presidente não é um liberal. Mas dentro de seu governo, existe um outro, o de Paulo Guedes. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

#veja mais

Bolsonaro é uma liderança inequívoca. Um Lula da direita

O Blog disponibiliza aos seus leitores um importante debate sobre as duas maiores personalidades da política brasileira das últimas três décadas: Luis Inácio Lula da

Vale conclui testes da primeira fase do projeto de cobre Salobo III

A Vale anunciou a conclusão dos testes da primeira fase de seu projeto de cobre Salobo III, em Marabá, no Pará. Os testes no complexo

Autocassação como estratégia política

O cidadão Odair Rodrigues Ribeiro, através do memorando 077/2021, em junho do ano corrente, encaminhou à Presidência da Câmara Municipal de Parauapebas, um pedido de

Rapidinhas do Branco – XC

Pesquisa Mais uma pesquisa do Instituto Gauss foi divulgada em Parauapebas e, novamente, se colocou o candidato a prefeito Aurélio Goiano (Avante) acima dos 60%

Pará é o estado que mais reduziu a criminalidade em todo o Brasil

De acordo com o levantamento nacional realizado pelo Monitor da Violência, do portal de notícias G1, o Pará foi o estado que mais reduziu as

Câmara Federal: gastos dos deputados paraenses em agosto de 2023

O Blog do Branco quis saber e presentear o seu leitor com o ranking dos deputados federais mais gastadores e os mais econômicos da bancada