Os sinais sonoros e a semiótica apontam para uma estratégia política do governador Helder Barbalho em relação à Prefeitura de Belém, o seu principal alvo político no Pará, em 2024. Sua vice, Hana Ghassan, do MDB, anunciada pelo mesmo como sua sucessora, parece que terá uma outra missão política antes de sentar na cadeira de Helder: disputar o Palácio Antônio Lemos. Se ganhar, ficará como prefeita por dois anos, deixando o cargo para disputar o governo do Pará.
Tal análise se mantém de “pé” quando se observa de forma mais atenta, o nível de exposição de Hana na capital, acima de qualquer apontamento “normal”. Inversamente proporcional a isso, está o afastamento de Helder em relação a Edmilson. Dentro do leque de opções do governador está o deputado estadual Zeca Pirão, seu correligionário que, inclusive, chegou a liderar alguns levantamentos sobre a disputa eleitoral na capital do Pará, todavia, não é da confiança maior de Helder.
Hana é considerada uma pré-candidata “leve”, de baixa rejeição. Poderá contar com a máquina estadual que lhe proporcionará grande crescimento político-eleitoral, se essa for a definição de sua mais nova missão. Em sua possível chapa, estaria o deputado estadual licenciado Igor Normando, que atualmente é secretário de Articulação da Cidadania, colocado no cargo justamente para que pudesse ter maior visibilidade no projeto que é a vitrine do governo estadual. As Usinas da Paz, se tornaram uma referência em ações sociais no Brasil.
Neste cenário político existe um ponto: a preferência ou até mesmo acordo de apoio do presidente Lula, que demonstrou publicamente que prefere apoiar o projeto de reeleição de Edmilson Rodrigues. O mandatário nacional teria esse interesse maior de intervir nos acordos políticos da capital? Ou entendeu que a situação política de Rodrigues é quase irreversível?
Helder analisa com cuidado o tabuleiro político da capital paraense. Seu principal objetivo é evitar que uma candidatura bolsonarista vença. A possibilidade de eleger Hana prefeita e depois levá-la ao governo do Pará seria, digamos, uma mão na roda ao mandatário estadual, pois ainda deixaria o primo no cargo da capital, aumentando ainda mais a influência do clã Barbalho.
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