Parauapebas: novo afastamento de Goiano e o tabuleiro político

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Ontem, 05, os bastidores políticos de Parauapebas teve um solavanco por conta do afastamento do vereador Aurélio Goiano (PSD), após ter retornado ao cargo por decisão da Justiça.

Vamos relembrar o processo…

O Blog do Branco tratou da questão que envolve o citado edil em diversos artigos, desde o início do seu processo de cassação, posteriori retorno ao cargo e agora – em nova atualização do caso – novamente o seu afastamento.

Na última semana de fevereiro do ano corrente, o desembargador Mairton Marques Carneiro, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, concedeu liminar favorável a Aurélio Goiano, que retornou ao seu mandato. A decisão acabou por anular a então decisão do juiz Lauro Fontes, da Comarca de Parauapebas, que referendou a decisão unânime do plenário da Câmara Municipal de Parauapebas de afastar o citado.

À época, o que chamou atenção na decisão – em caráter liminar do togado – foi o seu histórico dentro da magistratura. O desembargador Mairton Carneiro já foi juiz no município de Curionópolis, vizinho de Parauapebas. Para quem conhece a política local, essa informação é algo extremamente relevante para o caso. Goiano estava no cargo há 283 dias.

Pois bem, em mais um capítulo do caso, ontem, 05, a desembargadora Gleide Pereira de Moura julgou mandado de segurança impetrado pelo suplente do parlamentar do PSD, Cássio de Meneses, mais conhecido como “Cássio da VS-10”, que afastou imediatamente Aurélio e a reintegração do impetrante até julgamento definitivo do recurso.

Cenário político

O retorno de Cássio da VS-10 ao parlamento, em tese, altera, em parte, a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo, em Parauapebas. Aurélio Goiano era o único entre os seus pares que se colocava como oposição ao governo municipal. Todavia, nas últimas semanas o citado vinha tendo uma atitude mais amena, com menos pirotecnia e exibicionismo. A sua “metralhadora verbal” (muita das vezes descontrolada, que faz desmerecer muito mais do que reconhecer a sua atuação parlamentar) vinha perdendo munição, mantendo ataques a alvos específicos, alguns, claramente, por desavenças pessoais.

Cássio enquanto esteve no cargo de vereador, se aliou sem cerimônias ao governo. Pleiteava, inclusive, uma secretaria municipal. Reassume em um “bom” momento, pois algumas mudanças estão ocorrendo no primeiro escalão da gestão, o que pode facilitar a “entrada” do referido na estrutura da máquina. Em tese, o governo municipal volta a ter 15 vereadores em sua base. Ou esse quantitativo baixou por conta da eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores?

A decisão, como dito anteriormente, é em caráter liminar. Todavia, torna-se mais um capítulo do processo que antecede a próxima disputa eleitoral, esta sem Darci Lermen. A oposição, ou, pelo menos, parte dela, aposta em Aurélio Goiano para ser prefeito da capital do minério. Seu novo afastamento pode atrapalhar, mas também ajudá-lo em seu discurso “antissistema”, que cada vez fica menos coerente e sustentável. Portanto, reviravoltas podem voltar a ocorrer. O processo eleitoral de 2024 está mais próximo do que se pensa. A ver.

Imagem: Felipe Borges. 

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