STF restabelece a coerência no Pará

Quase de forma simultânea com o meu artigo em que trato da incoerência das medidas restritivas – via decreto – do governo do Pará, que trava batalha judicial para realizar amanhã, 14, o concurso da Polícia Militar, o Supremo Tribunal Federal (STF), há pouco suspende a realização das provas.

A decisão de ofício foi tomada pelo ministro Luiz Fux, que atendeu pedido do Ministério Público do Pará no âmbito da Suspensão de Liminar 1431. O MP local pediu a concessão da cautelar diante da fase vermelha da doença decretada no Pará por meio do Decreto Estadual nº 800/2020, do dia 10 de março.

Na avaliação do presidente do STF, a realização de provas representaria “grave risco de lesão à saúde pública”. Para ele, o concurso poderá ser realizado em nova data, quando a situação melhorar.

“Com efeito, a concentração presencial de tantos candidatos em momento de agravamento da crise sanitária vivenciada pelo Brasil e também pelo Estado do Pará representaria grave risco de lesão à saúde pública. Adicionalmente, as provas poderão ser adequadamente realizadas em data oportuna, quando relativizadas as restrições de circulação estabelecidas pelo próprio Estado do Pará.”

Na decisão, o ministro Fux proíbe ainda, a pedido do Ministério Público, a “realização de todas as fases/etapas de concursos públicos e/ou processos seletivos simplificados em andamento em que se faça necessária a presença física de candidatos em locais de provas e/ou para entrega de documentos, enquanto em vigor as fases vermelha ou preta de classificação de nível de risco do Decreto Estadual no 800/2020 e atualizações posteriores”.

O concurso para PM do Pará foi suspenso por decisão da primeira instância. Mas, no último dia 12 de março, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará liberou a realização da prova. O Ministério Público do Pará argumentou ao Supremo que a decisão do tribunal implicava em “grave lesão à saúde pública, já que tem o efeito nefasto de determinar a realização de prova de concurso público a ocorrer em 14/03/2021, em plena Pandemia do COVID-19, com cerca de 67 mil candidatos”.

Para o MP, a realização da prova mesmo com a garantia de medidas sanitárias – como rigoroso plano de policiamento nos locais de prova e aumento do número de salas (com 22 candidatos por sala) – não seria suficiente. Fux destacou que as informações apresentadas retrataram “o iminente colapso no sistema de saúde”.

“O requerente alega que o mês de março revelou o agravamento do cenário pandêmico no Estado do Pará’, juntando à petição boletins epidemiológicos que comprovam, a partir de dados científicos, a veracidade de suas alegações. As informações retratam, ainda, o iminente colapso no sistema de saúde local, ante insuficiência de leitos clínicos disponíveis para atendimento aos contaminados”, frisou o presidente do STF para justificar a decisão.

Mais uma reviravolta no caso só mostra a incoerência do governo do Pará, como relatado no artigo anterior. Ontem à noite, com a decisão vindo do Tribunal de Justiça do Pará, liberando o concurso, quantos candidatos não se deslocaram aos seus locais de prova na data corrente, antes da decisão da Suprema Corte, adiando o certame? Mesmo adiando, o fluxo de deslocamento ocorreu, o que em nada ajuda na contenção da proliferação viral.

#veja mais

Rapidinhas do Branco. XI

Menos desmatamento Dados do sistema DETER, levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas

Amazônia: municípios que mais desmatam têm os piores IDHs

A relação do desmatamento com o baixo desenvolvimento, a pobreza e as más condições de vida ganhou uma nova evidência científica com a publicação do

Eleições 2024: em Redenção, a eleição deverá ser polarizada entre Dr. Renner e Gabriel Salomão

Em REDENÇÃO, município localizado na região Sudeste Paraense, a DOXA foi a campo para colher o humor do eleitor do município. É a primeira pesquisa

Má-fé chinesa

A China é o país com mais condições de fornecer equipamentos médicos para os diferentes países neste momento. Tendo deixado para trás o período mais

Petrobras tem lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024, queda de 70,6%

A Petrobras encerrou o ano de 2024 com lucro líquido de R$ 36,6 bilhões, divulgou a estatal em balanço financeiro publicado na noite desta quarta-feira

A Institucionalidade ruiu?!

O Brasil passa por uma grave e preocupante fase de intolerância. O caso revelado pelo próprio Rodrigo Janot, ao dizer que tinha como objetivo matar