O dilema de Alckmin

Geraldo Alckmin foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Sua trajetória política vem desde quando se lançou vereador e depois prefeito de Pindamonhangaba, cidade do interior paulista. Em seguida, foi deputado estadual e federal, assumiu algumas secretarias estaduais, antes de ser governador, cargo que ocupou por três vezes. É um político de carreira. Em 2006 concorreu à Presidência da República, perdendo no segundo turno para Lula que, naquele momento, disputava a reeleição. Nas oportunidades em que concorreu ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, sempre venceu em primeiro turno.

Em 2016, foi o principal responsável pela eleição de João Dória para a Prefeitura de São Paulo, rompendo com o mesmo dois anos depois, quando o então mandatário municipal resolveu concorrer ao governo do Estado, desfazendo o acordo firmado dois anos antes. De lá pra cá, Alckmin havia se isolado dentro do próprio partido que ajudou a fundar. Não havia mais clima para que o ex-governador continuasse na legenda. Semana passada, o divórcio ocorreu. A união de 33 anos chegava ao fim.

Agora – como se diz por ai entre os mais jovens – Alckmin está na “pista”, ou seja, livre para se filiar a qualquer outra legenda. Os dois partidos mais cotados são o PSD e o PSB. A escolha passa por dois cenários: a disputa pelo governo de São Paulo e a possibilidade de compor chapa com o ex-presidente Lula para a eleição presidencial.

No plano estadual, a mais recente pesquisa Datafolha aponta que Alckmin está muito bem cotado na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, mas enfrentará concorrentes de peso, como Márcio França, seu ex-vice-governador e o ex-prefeito Fernando Haddad, que também aparece bem colocado nos números do citado instituto.

Esse é o dilema de Alckmin: ser candidato a vice-presidente ou concorrer ao governo de São Paulo? Lula o quer e o enxerga como sendo a melhor opção, pois o petista quer repetir a mesma fórmula que o elegeu em 2002 e o reelegeu em 2006: o simbolismo do vice. José de Alencar representou isso.

Na mesma pesquisa, o Datafolha quis saber sobre o nome que poderia compor chapa com Lula. Para 70% dos entrevistados que afirmaram que votariam no petista, o seu vice pouco importa ou não mudará o voto. Portanto, o desejo do ex-presidente pelo ex-governador de São Paulo tem como objetivo o mercado e a classe empresarial. Geraldo seria um salvo-conduto a Lula, a exemplo de Alencar.

França e Haddad aguardam por essa definição. Alckmin tornou-se o sonho de consumo político-eleitoral de muitos. O vice perfeito como reconhece Lula. A decisão está com o pindamonhangabense. A ver.

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