Zenaldo Coutinho tenta se salvar politicamente

A quem acorda cedo e acompanha os noticiários nacional e regional como eu, percebeu ontem (10), movimentação inusitada do mandatário da política belenense. Bem cedo, ainda nos primeiros raios de sol que começavam a iluminar Belém, a capital do Pará, o prefeito Zenaldo Coutinho já estava concedendo entrevista ao jornal Bom dia Pará, um dos principais telejornais do estado, de domínio das ORM, do grupo Liberal.

O prefeito passou a duração inteira do telejornal sentado em uma cadeira no estúdio, ora falando, ora esperando a sua entrada entre os diversos blocos, haja vista, que o programa jornalístico é longo, dura uma hora e meia.

A estada de Zenaldo, ao vivo, bem cedo, de forma atípica, tem um proposito claro: fazer a réplica, a resposta ao que vem sendo noticiado pelos veículos de comunicação do grupo. O prefeito estava fora do país, momento em que a capital do Pará era tomada pela chuva e lixo, além dos já costumeiros problemas como o de mobilidade e segurança. A gestão Coutinho foi muito criticada, além do normal. Vários veículos de informação registraram e fizeram muitas críticas à forma como Belém vem sendo administrada, por ter se tornado cenário hollywoodiano de filme de ficção cientifica de “terra arrasada”.

Além do jornal dos Maioranas, Zenaldo esteve em outro telejornal ao vivo, na Record. Novamente o mandatário municipal teve que explicar o caos em que a cidade vive. Como em um roteiro bem preparado, com perguntas e respostas que se “casam”, a réplica foi sendo feita e o objetivo do prefeito em apresentar o contraditório, a defesa, ocorreu.

A questão da ida de Zenaldo Coutinho às pressas aos principais veículos de informação ao belenense vai muito além de expressar a defesa e justificar o que está ocorrendo na capital do Pará. Na ação está embutido nas entrelinhas a questão da sobrevivência e o futuro político do prefeito.

A disputa eleitoral pelo Palácio dos Despachos se aproxima. Zenaldo configura-se na lista de possíveis nomes que possam suceder o governador Simão Jatene, mas parece que as suas chances de ser o urgido ao posto mais alto da política paraense vai ficando cada vez mais distante. Jatene sabe que a popularidade de Zenaldo está em baixa e possivelmente esse nível de insatisfação popular continuará em 2018. Sabe também que o prefeito de Belém não tem “entrada” política para além dos limites territoriais da Região Metropolitana da capital.

Zenaldo já percebeu que a PMB pode ter sido uma grande armadilha para a sua trajetória ou biografia política. O tirou do conforto de Brasília, do marasmo exercício de legislador federal, possivelmente da cadeira de governador e o taxou como péssimo administrador. Pelo visto, a lista com os possíveis nomes à sucessão de Simão vai diminuindo com o tempo. Melhor para Jatene. Enquanto isso, Zenaldo vai tentando sobreviver politicamente.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

#veja mais

Enem: balbúrdia institucional

O então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, em suas aparições públicas sempre deixou claro que discordava do conteúdo abordado nas provas do Exame

PL reúne 35 deputados federais réus ou investigados em ação penal. Um terço da bancada

O PL, maior bancada partidária da Câmara e legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem pelo menos 35 deputados investigados em inquéritos ou réus em ações

Sigamos, sempre Avante!

Nunca foi e continuará a não ser fácil conciliar uma extensa carga horária de sala de aula com a produção diária de um veículo de

Ciro e o voto útil

Antes de qualquer coisa, mesmo sem efeito no direcionamento deste artigo, vale o registro que Ciro Gomes (PDT) é o mais bem preparado entre todos

A vingança de Zequinha Marinho. E agora Jatene?

Ontem (21) os bastidores políticos do Pará estavam agitados. Tudo porque o vice-governador Zequinha Marinho (PSC) havia se reunido com a executiva estadual do partido

Mineradoras BHP e Vale travam disputa jurídica em relação à tragédia de Mariana

A gigante global da mineração BHP Group foi acusada de tentar “adiar para sempre” a questão da responsabilidade pelo rompimento de uma barragem em Mariana,