Vale lucrou R$ 30,5 bilhões no primeiro trimestre de 2021

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A Vale divulgou nesta segunda-feira, 26 de abril, seu resultado financeiro referente ao primeiro trimestre de 2021. No 1T21 percebe-se significativos avanços no balanço financeiro da mineradora, apesar do agravamento da situação da Covid-19 em algumas regiões em que a Vale opera. A empresa registrou um lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 30,56 bilhões no primeiro trimestre, montante que representa um crescimento de 3.006% na comparação com os R$ 984 milhões relatados pela companhia no mesmo período de 2020. Os ganhos dos três primeiros meses do ano superaram, inclusive, todo o lucro líquido do ano passado, que ficou em 26,71 bilhões de reais.

No balanço divulgado em seu site, a mineradora aponta que, no 1T21, reportou um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – índice muito usado para analisar empresas de capital aberto) ajustado de US$ 8,467 bilhões, um recorde para um primeiro trimestre, com volumes sazonalmente menores parcialmente compensados por preços mais altos de comodities no mercado internacional.

O desempenho no trimestre foi impulsionado principalmente pelo EBITDA de Minerais Ferrosos (US$ 7,811 bilhões) ficando US$ 989 milhões abaixo do 4T20; pelo EBITDA de Metais Básicos (US$ 1,011 bilhões) ficando US$ 160 milhões menor do que o 4T20; pelo EBITDA do Carvão (US$ 159 milhões negativos), um aumento de US$ 132 milhões e pelo EBITDA de Outros, que melhorou em US$ 381 milhões.

O lucro líquido foi de US$ 5,546 bilhões no 1T21, ficando US$ 4,807 bilhões acima do 4T20, principalmente devido às despesas de Brumadinho, aos encargos de impairment nos ativos dos negócios de níquel e carvão, ambos no 4T20, e ao maior resultado financeiro, apesar do impacto da desvalorização cambial do Real em 9,6% na marcação a mercado de nossas posições de derivativos.

Produção e venda

A produção de finos de minério de ferro1 da Vale totalizou 68,0 Mt no 1T21, 14,2% superior ao 1T20, com a Vale avançando em seu plano de estabilização e retomada operacional. O crescimento no comparativo ano a ano é atribuído: à retomada gradual das operações paradas nos complexos Timbopeba, Fábrica e Vargem Grande ao longo de 2020; melhor desempenho em Serra Norte e menor volume de chuvas em janeiro; aumento das compras de terceiros; reinício das operações em Serra Leste, que foram parcialmente compensados por manutenções programadas em S11D; e ao menor desempenho no complexo de Itabira devido à restrição de disposição de rejeitos no complexo. A queda de 19,5% contra o 4T20 de produção é atribuída principalmente à sazonalidade habitual, apontou o relatório.

Sistema Norte

Quando dividido pelas “praças” de extração da Vale pelo Brasil, ramificadas em três sistemas: Norte, Sudeste e Sul, o relatório apresenta um desempenho sólido do Sistema Norte, resultado por conta dos menores níveis de chuva em janeiro em Serra Norte; e pela retomada de Serra Leste em dezembro de 2020, que foram parcialmente compensados por manutenções programadas realizadas em S11D. No quesito “ações em andamento”, a Vale informa que está em processo o Licenciamento e abertura de novas frentes de lavra, neste caso, a N3.

1T21 x 4T20

O lucro líquido foi de US$ 5,546 bilhões no 1T21, ficando US$ 4,807 bilhões acima do 4T20, principalmente devido a despesas de Brumadinho, encargos de impairment (redução do valor recuperável de um ativo) dos negócios de Níquel e Carvão, ambos no 4T20, e maior resultado financeiro, apesar do impacto da desvalorização cambial do Real em 9,6% na marcação a mercado de nossas posições de derivativos. Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo menor EBITDA ajustado proforma, sustenta o 1T21.

O investimento total nos três primeiros meses do ano foi de US$ 1,009 bilhão, ficando US$ 435 milhões abaixo do 4T20, explicado pelos investimentos sazonalmente menores (US$ 443 milhões). A execução dos projetos das plantas de filtragem, Serra Norte 240 e Gelado no negócio de Minério de Ferro e os projetos Salobo III e VBME no negócio de Metais Básicos progrediu em linha com o 4T20, segundo o relatório.

Um ponto crucial e que vem sendo tratado no Blog desde 2016 é a questão da dívida da Vale. Desde o ano citado, o montante que a mineradora Vale deve vem diminuindo gradativamente a cada ano. Tal operação de redução é prioridade para a empresa. O atual balanço aponta para US$ 12,176 bilhões em 31 de março de 2021, ficando US$ 1,184 bilhão inferior a 31 de dezembro de 2020.

O primeiro relatório trimestral segue apontando para a diminuição da chamada dívida líquida expandida que passou para US$ 10,712 bilhões em 31 de março de 2021, principalmente como resultado da redução da dívida bruta e do impacto da taxa de câmbio sobre os compromissos denominados em reais. Olhando para o futuro, a dívida líquida expandida deve tender ao nível de referência de longo prazo de US$ 10 bilhões à medida que a empresa continua a gerar caixa, distribuir consideráveis dividendos e recompra das próprias ações.

Apesar da pandemia que atingiu a economia brasileira, a mineradora Vale não tem do que reclamar quando se analisa o seu volume de produção e faturamento. Isso está ligado à retomada da economia chinesa, que sofreu menos impacto nesta crise sanitária, mantendo, portanto, a aquisição de ampla maioria da produção da Vale.

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